Minas lidera ranking com o maior número de cachaças registradas no País
Redação
Minas Gerais é o Estado com maior número de cachaças registradas. São 2.492 produtos, que representam 34,5% das cachaças com registro do País. Minas também conta com o maior número de estabelecimentos elaboradores de cachaça registrados (501), o que corresponde a 39,6% das existentes no Brasil. A liderança de Minas é seguida por São Paulo (179), Espírito Santo (81) e Santa Catarina (73). No entanto, no Anuário da Cachaça 2025 (referência ano 2024), foi observado que o Estado apresentou queda de 0,6% no número de estabelecimentos registrados, em relação a 2023.
No levantamento oficial de dados do setor, realizado pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), em parceria com o Instituto Brasileiro da Cachaça (Ibrac), Minas Gerais, contou com três estabelecimentos a menos em 2024. O Maranhão teve redução de dois estabelecimentos e o Distrito Federal perdeu um registro de estabelecimento elaborador de cachaça,. Foram os três únicos estados que apresentaram diminuição no número de unidades registradas.
Anuário da Cachaça 2025 indica resiliência da cadeia produtiva
Segundo o presidente do Ibrac, Carlos Lima, apesar do cenário extremamente desafiador que o setor segue enfrentando, os dados do Anuário demonstram a resiliência da cadeia produtiva no enfrentamento das barreiras que impedem seu desenvolvimento. “Em especial, a falta de isonomia tributária que existe no segmento de bebidas alcoólicas em função dos privilégios de algumas categorias de bebidas. O cenário da cachaça em Minas Gerais é o mesmo que temos no Brasil”, reforça.
Apenas no último ano, o País apurou 1.225 registros de cachaça no Mapa, alcançando, em 2024, um total de 7.223 produtos: um crescimento de 20,4 % em relação ao total registrado em 2023. Segundo o documento do ministério, o volume de produção de cachaça declarado em 2024 atinge nacionalmente o montante de 292.459 milhões de litros, representando um aumento de 29,58% em relação ao dado declarado em 2023. Minas Gerais apresentou o maior crescimento absoluto no número de produtos registrados, com 348 cachaças a mais em 2024 em relação ao ano anterior.
Com relação ao volume de produção de cachaça declarado, o Ibrac destaca que os resultados devem servir como um indicativo. “Na prática, não houve aumento de volume de produção de cachaça no Brasil. Como esse é o segundo ano de divulgação de dados por meio da coleta de um novo sistema informatizado, é possível que tenha havido uma subnotificação em 2024, assim como houve em 2023. Esses dados provavelmente serão equalizados ao longo dos próximos anos”, explica.
Em Minas, 30% dos municípios têm estabelecimento elaborador de cachaça registrado
Outro ponto de destaque em Minas é que o Estado conta com o maior número de municípios que apresentam ao menos um estabelecimento elaborador de cachaça registrado: são 256 municípios, o que corresponde a 30,0% do total do Estado.
Minas também é a Unidade da Federação em que os habitantes estão mais bem servidos com estabelecimentos que elaboram cachaça, com uma unidade para cada 42.560 mil habitantes, enquanto no segundo colocado, o Espírito Santo, conta com um estabelecimento elaborador para cada 50.644 mil habitantes.
Conheça o top 10 estados em densidade cachaceira de habitantes por estabelecimento elaborador de cachaça
- Minas Gerais 42.560
- Espirito Santo 50.644
- Paraíba 75.364
- Santa Catarina 110.390
- Rio Grande do Sul 167.611
- Goiás 193.434
- Ceará 196.461
- Rio Grande do Norte 229.738
- São Paulo 256.833
- Rio de Janeiro 257.010
Salinas concentra 11,7% das cachaças registradas em Minas Gerais
Minas também figura como o Estado com maior número de marcas nos registros de cachaça, com uma média de 6,9 para cada estabelecimento, o que representa 3.478 marcas. No entanto, apresenta redução de 863 marcas de cachaça em seus registros de produto, uma diminuição de 19,9%. É a maior redução de marcas em registro de produtos observada pelo levantamento do Mapa no País.
Salinas, no Norte de Minas, ainda é o município que figura com a maior quantidade de registro de cachaças, possuindo 292 produtos registrados, o que corresponde a 11,7% de todas as registradas no Estado.
O dirigente destaca também que, dentro desse novo cenário de Reforma Tributária, é preciso ter uma atenção muito grande na calibração das alíquotas do imposto seletivo “para que a cachaça e os demais destilados não sejam prejudicados. Temos um cenário, hoje, em que algumas bebidas alcoólicas praticamente não são tributadas, ou têm uma tributação muito baixa, o que gera um ambiente concorrencial muito ruim no segmento de bebidas alcoólicas. Também precisamos olhar para o pequeno produtor, porque o setor da cachaça é formado, em sua grande maioria, por pequenas empresas”, reforça Carlos Lima.
Fonte: Diário do Comércio
