Percentual de jovens que não trabalham nem estudam cai a 18,5% e atinge 8,9 milhões no Brasil
O Brasil teve nova queda na proporção de jovens que não trabalham e não estudam ou não se qualificam profissionalmente, apontam dados divulgados nesta sexta (13) pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).
Essa parcela da população de 15 a 29 anos recuou de 19,8% em 2023 para 18,5% em 2024. O patamar mais recente é o menor da série histórica do instituto, que passou por atualização em 2019.
O indicador nunca havia ficado abaixo de 19% antes de 2024. O IBGE associou a redução ao mercado de trabalho, que mostrou desempenho positivo no ano passado.
Os dados integram um módulo de educação da Pnad Contínua (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua).
No início da série, em 2019, o percentual de jovens afastados do trabalho e dos estudos ou de qualificação profissional era de 22,4%, baixando a 20% em 2022. O IBGE não levantou informações em 2020 e 2021 devido às restrições da pandemia.
Em termos absolutos, a população de 15 a 29 anos que não trabalhava, não estudava ou não se qualificava diminuiu de 9,6 milhões em 2023 para 8,9 milhões em 2024.
O número do ano passado é similar à população inteira do Pará estimada na Pnad (quase 9 milhões). O estado é o nono mais populoso do país.
Jovens que não trabalham nem estudam
O jovem que não trabalha nem estuda é muitas vezes chamado de “nem-nem” em estudos sobre o tema. O IBGE, contudo, evita o uso dessa expressão. Há quem considere o termo depreciativo.
Essa parcela da população de 15 a 29 anos recuou de 19,8% em 2023 para 18,5% em 2024. (Foto: Fernando Frazão/ Agência Brasil)
Na passagem de 2023 para 2024, o outro grupo da população de 15 a 29 anos que encolheu foi aquele que não estava ocupado com trabalho e frequentava escola ou qualificação profissional. Essa proporção recuou de 25,5% para 25,3% (de 12,4 milhões para 12,1 milhões).
Por outro lado, houve alta no grupo de 15 a 29 anos que estava ocupado com trabalho e estudava ou se qualificava. A parcela subiu de 15,3% para 16,4% (de 7,4 milhões para 7,9 milhões).
O outro grupo que ganhou participação foi aquele que estava trabalhando e não estava estudando ou se qualificando. A proporção aumentou de 39,4% em 2023 para 39,9% em 2024 (de 19,1 milhões para 19,2 milhões).
Falta de emprego e estudo afeta mais mulheres e pretos ou pardos
Mais uma vez, os números do IBGE mostram disparidades. Entre as mulheres de 15 a 29 anos, 24,7% não estavam ocupadas nem estudando ou se qualificando em 2024. É quase o dobro do percentual dos homens (12,5%).
Entre as pessoas pretas ou pardas da mesma faixa etária, a proporção foi de 21,1%. Trata-se de um patamar bem superior ao de pessoas brancas na mesma condição (14,4%).
Quando o recorte considera as regiões, o Nordeste mostrou o maior percentual de jovens de 15 a 29 anos que não trabalhavam nem estudavam ou se qualificavam: 25,3%, o equivalente a um em cada quatro. O Norte (21,8%) também teve uma proporção acima da registrada no Brasil (18,5%). Sudeste (15,4%), Centro-Oeste (14,8%) e Sul (13%) mostraram os menores percentuais. O trio ficou abaixo do dado nacional.
Entre os estados, Santa Catarina (10,8%) teve a menor proporção de jovens de 15 a 29 anos afastados do trabalho e do estudo ou de qualificação. O patamar mais elevado ocorreu no Acre: 30%.
(Leonardo Vieceli/Folhapress)