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Síndrome Respiratória Aguda Grave: MG prepara plano para acessar verba

Redação17 de junho de 20259min0
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Estado deve concluir ainda em junho documento exigido pelo Ministério da Saúde para liberação de recursos voltados ao reforço de leitos para adultos

Com os adultos representando mais de 15% das demandas de internação por Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG), a Secretaria de Estado de Saúde de Minas Gerais (SES-MG) se movimenta para apresentar, nas próximas semanas, o plano emergencial que permitirá o acesso a uma parcela dos R$ 50 milhões anunciados pelo Ministério da Saúde na última sexta-feira (13/6) em resposta à escalada das hospitalizações entre adultos.

O documento, exigido como condição para a liberação dos recursos federais que irão possibilitar o reforço de leitos e equipes hospitatalares para atendimento de adultos, está em fase de elaboração e deve ser publicado ainda neste mês, segundo informou a pasta ao Estado de Minas. Só em junho, o estado teve uma média de mais de 65 novos pacientes hospitalizados por dia.

No documento, o governo mineiro, e outros que decretaram emergência em saúde pública devido ao aumento de casos de SRAG, precisam apresentar um diagnóstico detalhado da situação local, especificando o número de leitos adultos que poderão ser convertidos ou ampliados, quais hospitais estão aptos a receber reforço e os atuais índices de ocupação.

Levantamento feito pelo EM no Painel de Doenças Respiratórias da SES-MG revela que, entre abril e maio, as internações de adultos entre 20 e 59 anos aumentaram 44,6%, passando de 1.308 para 1.892. Só nas duas primeiras semanas de junho, 1.052 pessoas dessa faixa etária também precisaram de hospitalização.

“A partir da publicação do plano, os municípios poderão solicitar a ampliação ou conversão de leitos adultos. O repasse dos recursos ocorrerá após a publicação da portaria ministerial, mediante análise da documentação apresentada pelos municípios”, detalhou a SES-MG, por meio de nota. O recurso, conforme a portaria ministerial, será transferido em três parcelas mensais, diretamente do Fundo Nacional de Saúde para os fundos estaduais e municipais, e deverá ser usado exclusivamente para despesas de custeio, como manutenção de leitos e contratação de equipes médicas para atendimento do público adulto.

Se antes a SRAG, tinha, majoritariamente, o rosto das crianças que lotaram os hospitais com sintomas respiratórios, o cenário agora chama atenção pelo peso dos adultos nos indicadores. De janeiro até 16 de junho deste ano, 7.883 pessoas entre 20 e 59 anos foram internadas em Minas com quadros graves, um contingente que representa 16,6% de todos os casos hospitalares de SRAG no período. Comparado ao mesmo intervalo do ano passado, houve um aumento de quase 15% no número de internações entre adultos (eram 6.959 em 2024).

Essa escalada também aparece nos pedidos por leitos feitos pelos municípios. Entre abril e maio, o número de solicitações à SES-MG para esse grupo cresceram mais de 50%, passando de 1.690 para 2.563. E o ritmo se mantém alto: nos primeiros 16 dias de junho, as pessoas entre 20 e 59 anos representaram 15,7% de todas as solicitações por hospitalização feitas ao estado.

Cenário em BH

Na capital mineira, o retrato da epidemia respiratória segue a mesma tendência. De 1º de janeiro a 16 de junho, Belo Horizonte registrou 5.247 internações por SRAG. Desse total, 1.084 envolveram adultos de 20 a 59 anos, o que representa 20,6% das hospitalizações por doenças respiratórias graves na cidade.

O número de adultos internados por SRAG em BH já é 11,6% maior que o verificado no mesmo intervalo do ano passado. Apenas nos primeiros 16 dias de junho, 134 adultos foram hospitalizados em BH com quadros graves de infecção respiratória. No mesmo período, 42 pessoas dessa faixa etária morreram por SRAG na capital, o que representa 15% do total de óbitos registrados na capital.

A gravidade do quadro já havia sido destacada pelo secretário municipal de Saúde de BH, Danilo Borges, em entrevista coletiva no fim de maio. “Os dados que a gente acompanha diariamente nos mostram que BH já atingiu o pico [entre crianças], mas ainda estamos preocupados com o alto índice de internações do público adulto”, afirmou o gestor.

A reportagem questionou à prefeitura sobre a possibilidade de adesão aos recursos federais após a publicação do plano estadual, mas não obteve resposta até o fechamento desta edição.

Embora as autoridades indiquem sinais de arrefecimento, Belo Horizonte ainda figura entre as 17 capitais brasileiras que, segundo o boletim, apresentam tendência de crescimento de casos e mantêm nível de atividade da SRAG classificado entre “alerta”, “risco” ou “alto risco”, conforme o mais recente boletim InfoGripe, da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz).

Influenza A lidera casos

Do total de 948 mortes por SRAG em Minas Gerais, 169 envolveram adultos, o que significa que quase 20% das mortes no estado ocorreram entre pessoas de 20 a 59 anos. A principal causa por trás dessa letalidade é a circulação intensa do vírus influenza A, apontado como responsável por 75,4% dos óbitos por SRAG no país neste ano, segundo a Fiocruz.

O mesmo boletim, divulgado na última quinta-feira (12/6), mostra que Minas Gerais é uma das unidades da Federação com tendência de crescimento sustentado da SRAG no longo prazo, especialmente por causa do avanço do influenza A e do Vírus Sincicial Respiratório (VSR). Juntos, esses dois agentes estão provocando o maior número de internações respiratórias graves em todo o Brasil.

No levantamento feito nas quatro semanas epidemiológicas mais recentes, a influenza A apareceu em 40% das amostras positivas. Em seguida, vieram o Vírus Sincicial Respiratório (VSR) liderou a lista, com 45,5%, seguido pelo rinovírus (16,6%) e pelo coronavírus Sars-CoV-2 (1,6%).

Fonte: Estado de Minas

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