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Obesidade infantil: como prevenir e quais são os sinais de alerta?

Redação1 de julho de 20254min0
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A obesidade infantil é um dos desafios mais urgentes da saúde pública no Brasil.

Dados recentes do Sistema de Vigilância Alimentar e Nutricional (Sisvan) mostram que cerca de 14,2% das crianças brasileiras com menos de cinco anos já apresentam excesso de peso ou obesidade — número quase três vezes superior à média global, que é de 5,6%. Entre os adolescentes, a situação é ainda mais alarmante: um em cada três jovens de 5 a 19 anos está com sobrepeso ou obesidade, segundo o Atlas Mundial da Obesidade 2024. As projeções indicam que, se nada for feito, metade das crianças e adolescentes brasileiros poderá estar acima do peso até 2035.

Para a pediatra Mariana Bolonhezi, CEO do Instituto Macabi, a prevenção deve começar desde cedo, ainda na introdução alimentar. Segundo ela, é essencial conscientizar as famílias sobre a diferença entre alimentos in natura, minimamente processados e os ultraprocessados, que são contraindicados. Mariana destaca que muitos dos alimentos rotulados como “infantis”, como iogurtes adoçados e lanches prontos, têm pouco valor nutricional e apenas estimulam o chamado apetite hedônico — aquele impulso de comer por prazer, não por necessidade. “Comer saudável não é comer caro. É comer o trivial, aquilo que vem da terra, é acessível e nutritivo”, explica.

Outro ponto importante na prevenção é o respeito à saciedade da criança. Forçar a alimentação ou recorrer a distrações para que a criança aceite a comida pode comprometer a relação saudável com os alimentos. Mariana reforça que se alimentar é um comportamento aprendido e que precisa ser tratado com cuidado e orientação.

A atividade física também é um pilar fundamental na prevenção da obesidade. Para isso, é necessário reduzir o tempo de tela e incentivar o movimento livre, ao ar livre e em contato com a natureza. O aumento do sedentarismo e o excesso de tempo em frente a celulares, tablets e televisões são sinais de alerta que não devem ser ignorados. Uma dieta rica em ultraprocessados, pobre em alimentos naturais e o hábito de substituir refeições por itens “preferidos” da criança também indicam que algo precisa mudar.

Mariana enfatiza que a obesidade é uma doença multifatorial. Não se trata apenas de comer bem ou mal, mas sim de um conjunto de fatores emocionais, sociais e comportamentais que impactam diretamente na saúde da criança. Apesar disso, muitas dessas causas podem ser prevenidas com orientação adequada. Ela reforça que a informação é a principal aliada de famílias, educadores e profissionais de saúde. Prevenir a obesidade infantil é garantir um futuro mais saudável, com menos riscos de doenças crônicas como hipertensão, diabetes tipo 2 e complicações cardiovasculares já na fase adulta.

“Obesidade infantil não é apenas uma questão estética ou passageira. É uma condição séria, com impactos duradouros. E quanto mais cedo a gente agir, maiores são as chances de reverter esse quadro”, conclui Mariana.


Mariana Bolonhezi

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