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Homens vivem menos e evitam o médico por machismo e medo de diagnóstico, aponta estudo global

Redação24 de julho de 20254min0
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Uma análise realizada em mais de 200 países revelou um padrão preocupante: os homens vivem menos, adoecem mais e resistem a buscar atendimento médico

Uma análise realizada em mais de 200 países revelou um padrão preocupante: os homens vivem menos, adoecem mais e resistem a buscar atendimento médico. Publicada em maio na revista PLOS Medicine, a pesquisa conduzida pela Universidade do Sul da Dinamarca destacou que fatores sociais e culturais são os principais responsáveis pela negligência masculina com a própria saúde.

De acordo com o estudo, doenças como hipertensão, diabetes e HIV/Aids são mais frequentes entre os homens, que também apresentam maior mortalidade associada a essas condições. Ainda assim, evitam exames preventivos, diagnósticos precoces e tratamentos contínuos. A resistência é explicada, em grande parte, por uma construção social que associa a busca por ajuda médica à fragilidade — uma ideia enraizada na cultura masculina em diversas partes do mundo.

“O estereótipo de que o homem precisa ser forte o tempo todo, somado à falta de informação e ao medo de um possível diagnóstico, afasta muitos homens do cuidado com a saúde”, explica o médico de família Wilands Patrício Procópio Gomes, do Hospital Israelita Albert Einstein.

Por aqui, a expectativa de vida masculina era de 73,1 anos em 2023, quase sete anos a menos que a das mulheres (79,7), segundo o IBGE. A Pesquisa Nacional de Saúde de 2019 mostrou que 82,3% das mulheres haviam ido ao médico no ano anterior, contra apenas 69,4% dos homens. Eles também são mais propensos a fumar, beber em excesso e a evitar consultas de rotina — o que os deixa mais vulneráveis a mortes evitáveis.

A baixa adesão masculina ao sistema de saúde é particularmente evidente na faixa dos 20 aos 59 anos, justamente o público-alvo da Política Nacional de Atenção Integral à Saúde do Homem (PNAISH), criada pelo Ministério da Saúde em 2008. A política busca ampliar o acesso por meio de ações como horários estendidos nas unidades de saúde, atendimento em locais públicos e campanhas de sensibilização.

Na avaliação do Dr. Wilands, o desafio vai além da oferta de serviços. É preciso que os profissionais da atenção primária entendam as especificidades do público masculino e criem vínculos com os pacientes, com linguagem e abordagem adequadas. “É essencial oferecer um atendimento acolhedor, que não julgue, e promova a autonomia e o autocuidado”, diz o médico.

O impacto da negligência aparece também nas estatísticas sobre HIV: entre 2007 e julho de 2024, 70,7% dos casos registrados no Brasil ocorreram entre homens, conforme o Ministério da Saúde. No caso de doenças crônicas como hipertensão e diabetes, os homens são maioria entre os que sofrem complicações graves, como infarto e AVC.

Campanhas como o Novembro Azul, criado em 2011, têm ajudado a ampliar o debate sobre saúde masculina, principalmente no que diz respeito à prevenção do câncer de próstata. No entanto, especialistas defendem que apenas campanhas pontuais não são suficientes.

“É preciso reconhecer os determinantes culturais e sociais que moldam o comportamento masculino diante da saúde. Só assim será possível transformar essa realidade”, conclui o médico.

Fonte: Pardal Tech

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