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Garimpos ilegais de ouro e outros metais, ameaçam nascentes do Sul de Minas

Redação20 de agosto de 20254min0
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Ambientalistas têm alertado para a crescente degradação do Rio Verde, um dos principais mananciais do Sul de Minas Gerais. O rio, que abastece diversas cidades da região, enfrenta sérios problemas causados pela poluição com lixo, esgoto e, mais recentemente, pelo avanço do garimpo ilegal de ouro e outros metais.

Nascendo na Serra da Mantiqueira, entre os municípios de Itanhandu e Passa Quatro, o Rio Verde percorre cerca de 220 km até desaguar no Lago de Furnas, entre Três Pontas e Elói Mendes. Sua bacia hidrográfica cobre quase 7 mil km² e abrange 31 municípios. Segundo o ambientalista Ronipeterson Landin, que já realizou seis expedições ao longo do rio, o acúmulo de resíduos é um dos principais problemas enfrentados.

“Durante as expedições, encontramos geladeiras, fogões, camas, televisores, garrafas PET e isopor. A situação do Rio Verde tem se agravado ano após ano. Muitas cidades ainda despejam esgoto sem tratamento diretamente no leito do rio”, afirmou Landin.

Além da poluição urbana, o garimpo ilegal representa uma ameaça crescente. A presença de dragas utilizadas na extração clandestina de ouro tem aumentado nos últimos meses, provocando sérios impactos ambientais.

“As dragas sugam a areia do leito do rio, extraem os minérios e despejam os rejeitos nas margens, muitas vezes em áreas de preservação permanente. Isso compromete o equilíbrio ecológico, prejudica a fauna e a flora locais. O Rio Verde está pedindo socorro”, alertou o ambientalista.

A Polícia Federal está investigando a atuação ilegal dos garimpeiros na região. No início de agosto, uma operação conjunta com a Polícia Militar Ambiental, o Ibama e a Agência Nacional de Mineração fiscalizou 15 pontos do rio. Como resultado, foram aplicadas mais de R$ 2,5 milhões em multas, 13 pessoas foram detidas, uma draga foi apreendida e outras 12 foram destruídas.

Na semana passada, mais sete pessoas foram presas em flagrante por garimpo ilegal em Conceição do Rio Verde. No local, foram encontrados um alojamento usado pelos trabalhadores, além de mercúrio e uma pequena quantidade de ouro. O uso do mercúrio preocupa especialistas por seu alto grau de toxicidade.

O sargento Diogo Daniel Sales Ferreira, da Polícia Militar do Meio Ambiente, explica os riscos:
“No garimpo ilegal, o mercúrio é misturado ao material extraído e depois aquecido. Esse processo libera vapores tóxicos no ambiente, além de causar contaminação da água e dos peixes. Também contribui para o assoreamento do rio.”

O professor Alexandre Augusto Barbosa, doutor em engenharia ambiental pelo Instituto de Recursos Naturais da Universidade Federal de Itajubá, reforça os perigos à saúde pública:
“Metais pesados como o mercúrio não são removidos por tratamentos convencionais de água. Eles se acumulam no organismo humano e podem provocar doenças graves, incluindo câncer.”

A situação exige ações urgentes das autoridades e da sociedade para preservar um dos principais patrimônios naturais da região.

Fonte: Portal Onda Sul

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