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Secas intensificadas pelas mudanças climáticas castigam florestas tropicais, alerta pesquisa

Redação25 de agosto de 20256min0
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Pesquisa com participação da Ufla é destaque na revista Science

As florestas tropicais já sentem os efeitos das secas intensificadas pelas mudanças climáticas. É o que mostra um estudo internacional que envolveu mais de 150 pesquisadores, entre eles cientistas da Universidade Federal de Lavras (Ufla). Publicado na revista Science, o trabalho analisou mais de 10 mil árvores de 163 espécies distribuídas na Amazônia, África, Sudeste Asiático e América Central.

A pesquisa revelou que a falta de água tem impacto direto no crescimento das árvores. Mesmo pequenas reduções no aumento do tronco podem elevar em até 10% o risco de morte das plantas. O dado preocupa os especialistas, já que essas florestas são fundamentais para a captura de gás carbônico e, portanto, para frear o aquecimento global.

Nos anos mais secos, os troncos cresceram em média 2,5% menos, e em um quarto dos casos a queda ultrapassou os 10%. Apesar disso, a maioria das árvores conseguiu se recuperar no ano seguinte, mostrando uma resistência parcial aos eventos climáticos extremos.

Em áreas mais áridas e quentes, o impacto é maior

Os efeitos das secas não são iguais em todas as regiões e espécies. Em áreas mais áridas e quentes, o impacto é maior. As gimnospermas, como os pinheiros, foram mais afetadas por secas na estação seca, enquanto as angiospermas, grupo que inclui a maioria das árvores de folha larga, sentiram mais os efeitos durante secas na estação chuvosa.

Outro ponto observado foi que anos de excesso de chuva ajudaram a compensar parte dos prejuízos, mas sem anular totalmente as perdas causadas pelas estiagens mais severas

Contribuição da Ufla na pesquisa

Pesquisadores da Ufla contribuíram com análises do crescimento de árvores amazônicas e de Minas, por meio da dendrocronologia – estudo dos anéis de crescimento. Esses dados foram essenciais para entender como o clima influencia a vegetação tropical.

A professora Ana Carolina Barbosa, do Departamento de Ciências Florestais da UFLA, é uma das coautoras do artigo. Também participaram egressos do Programa de Pós-Graduação em Engenharia Florestal e um mestrando do Programa de Fisiologia Vegetal.

“As árvores tropicais são verdadeiros registros vivos das mudanças ambientais. Ao estudar seus anéis de crescimento, conseguimos entender como elas têm respondido às secas ao longo do tempo – e, mais importante, projetar o que pode acontecer se a frequência e a intensidade desses eventos continuarem aumentando.”

Futuro em risco

Embora as florestas tropicais tenham mostrado alguma resiliência, os pesquisadores alertam que isso pode não ser suficiente. Se as secas se tornarem cada vez mais frequentes e intensas, a capacidade dessas florestas de capturar carbono pode ser comprometida, agravando ainda mais a crise climática.

O estudo também estimou um aumento médio de 0,1% ao ano na mortalidade das árvores causado pelas secas, somando-se à taxa natural de 1% ao ano. A longo prazo, essa diferença pode representar perdas significativas de biomassa e de carbono estocado.

Fonte: Hoje em Dia

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