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Depressão é doença, tristeza não

Redação11 de setembro de 20253min0
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Psicanalista Fabiana Guntovitch explica as diferenças e alerta para os riscos da banalização dos sintomas

Embora muitas vezes confundidas, tristeza e depressão não são a mesma coisa. A psicóloga e psicanalista Fabiana Guntovitch destaca que a tristeza é uma emoção natural e passageira, associada a situações específicas, enquanto a depressão é uma condição clínica que envolve alterações químicas e estruturais no cérebro. “A tristeza faz parte da vida, é uma reação saudável e adaptativa às frustrações, perdas ou desafios. Já a depressão compromete o funcionamento global da pessoa, afetando humor, energia, motivação e os pensamentos”, explica Fabiana.

Segundo a especialista, compreender essa diferença é essencial para combater o preconceito e o atraso no diagnóstico. “Vivemos em uma sociedade que tem dificuldade em lidar com sentimentos difíceis. Existe uma cobrança de estar feliz o tempo todo, o que é impossível. Quando invalidamos a tristeza, corremos o risco de minimizar a depressão e até mesmo julgá-la como frescura ou fraqueza. Isso agrava o quadro e dificulta que as pessoas busquem a ajuda necessária”, afirma ela.

De acordo com os critérios diagnósticos do DSM-5 — Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais (Diagnostic and Statistical Manual of Mental Disorders) — , a depressão é identificada quando a pessoa apresenta cinco ou mais sintomas durante pelo menos duas semanas, incluindo humor deprimido ou perda de interesse em atividades antes prazerosas. Alterações no sono, no apetite, na energia, sentimento de culpa, dificuldades de concentração e até pensamentos suicidas são alguns dos sinais de alerta.

Fabiana reforça que os sintomas devem ser levados a sério quando persistem e comprometem a vida diária. “É urgente buscar ajuda não apenas quando há risco à própria vida, mas quando a qualidade de vida está impactada pela depressão. Ainda que o apoio consistente de familiares e amigos, sem julgamentos, seja fundamental para a recuperação, depressão é um transtorno grave cujo tratamento deve ser conduzido por profissionais qualificados da área da saúde mental”, pontua.

A psicanalista ressalta ainda que a depressão tem causas multifatoriais, sendo impactada por fatores biológicos, psicológicos e também sociais/ambientais, e precisa ser tratada observando toda essa complexidade. O tratamento pode envolver psicoterapia, uso de medicação e mudanças no estilo de vida. “A depressão deve ser compreendida sob o tripé biopsicossocial. A boa notícia é que quando o tratamento é bem conduzido, as chances de sucesso são muito altas”, conclui.

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