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Pacientes com diabetes tipo 2 podem ter risco de sepse dobrado, diz estudo australiano; veja por quê

Redação16 de setembro de 20256min0
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Comprometimento da função imunológica causado pela hiperglicemia, além da maior predisposição de diabéticos a infecções comuns, podem impulsionar condição

Pessoas que vivem com diabetes tipo 2 (DT2) apresentam o dobro do risco de desenvolver sepse em comparação à população sem a doença, de acordo com um estudo comunitário realizado na Austrália. Os resultados foram apresentados nesta terça-feira (16/9), na Reunião Anual da Associação Europeia para o Estudo do Diabetes (EASD), em Viena, na Áustria.

A pesquisa integrou a segunda fase do Fremantle Diabetes Study, um estudo observacional conduzido em uma comunidade multiétnica de 157 mil habitantes no país australiano. Os cientistas acompanharam 1.430 adultos com diabetes tipo 2 recrutados entre 2008 e 2011, comparando-os a 5.720 indivíduos sem a doença, pareados por idade, sexo e local de residência. A idade média no início foi de 66 anos, e 52% eram homens.

Durante o período médio de acompanhamento de 10 anos, 169 participantes com diabetes tipo 2 (11,8%) desenvolveram sepse, contra 288 (5,0%) do grupo sem a doença. Após ajuste para fatores como idade, sexo, hospitalizações anteriores e outras condições crônicas, o DT2 esteve associado a um risco duas vezes maior de sepse.

O risco foi particularmente elevado em adultos mais jovens: entre aqueles com idades entre 41 e 50 anos, o diagnóstico de diabetes tipo 2 esteve ligado a uma probabilidade 14,5 vezes maior de desenvolver sepse. “Nosso estudo, em uma grande amostra comunitária de adultos, confirma uma forte relação mesmo após o ajuste para fatores de risco potenciais e para o risco concorrente de morte por outras causas”, afirmou a professora Wendy Davis, da Universidade da Austrália Ocidental, autora principal do trabalho.

Ela reforçou a importância da prevenção: “A melhor maneira de reduzir o risco é parar de fumar, normalizar os níveis de açúcar no sangue e prevenir complicações micro e macrovasculares do diabetes”.

Fatores de risco

O estudo também apontou fatores de risco adicionais entre pessoas com diabetes tipo 2, como ser homem, mais velho, fumante, de ascendência aborígene, além de apresentar glicemia elevada, frequência cardíaca mais alta, polineuropatia simétrica distal, doença cerebrovascular ou níveis elevados do biomarcador cardíaco NT-proBNP. Indígenas australianos com diabetes tipo 2 tinham três vezes mais chances de desenvolver sepse, enquanto fumar aumentava o risco em 83%.

Segundo os pesquisadores, mecanismos possíveis para a associação incluem o comprometimento da função imunológica causado pela hiperglicemia, além da maior predisposição de pacientes com diabetes a infecções comuns, como pneumonia e infecções de pele e trato urinário, que podem evoluir para sepse. Complicações como danos vasculares e neuropatia também contribuem para o risco.

Por ser um estudo observacional, os autores destacam que não é possível estabelecer uma relação de causa e efeito. Além disso, mudanças no manejo do diabetes ao longo do acompanhamento não foram consideradas, o que pode ter influenciado parcialmente os resultados.

A sepse

O Ministério da Saúde destaca que a sepse é uma resposta grave e descontrolada a infecções que pode levar à falência de órgãos e à morte. A condição está entre as principais causas de mortalidade em todo o mundo. De acordo com dados da Organização Mundial da Saúde (OMS), são registrados anualmente cerca de 49 milhões de casos e 11 milhões de mortes relacionadas à sepse, o que representa 20% de todas as mortes globais. O órgão destaca ainda que, para cada mil pacientes hospitalizados, aproximadamente 15 podem desenvolver sepse como complicação durante o tratamento.

Sintomas

Segundo o Ministério, os sintomas da sepse podem variar e estão ligados ao mau funcionamento de diferentes órgãos. Entre os sinais de alerta estão febre alta, aumento da frequência cardíaca, respiração acelerada, confusão mental, agitação, alteração do nível de consciência, dificuldade para respirar, redução na quantidade de urina e queda da pressão arterial. Diante de qualquer um desses sintomas, a recomendação é procurar atendimento médico imediato.

Diagnóstico

O diagnóstico, de acordo com a pasta, é realizado por meio da identificação de um foco infeccioso e da avaliação do comprometimento de órgãos. Não há exame específico para a sepse, mas testes laboratoriais e de imagem auxiliam na investigação. Entre eles estão hemogramas, exames de urina e radiografias de tórax, além de análises que buscam a presença de infecção.

Fonte: O Tempo

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