Quase metade das mortes em rodovias acontece por falta de cinto de segurança
Um levantamento semestral realizado pela Arteris, empresa especializada em gestão de rodovias, aponta que a ausência do cinto de segurança continua sendo um fator relevante na letalidade dos acidentes nas estradas brasileiras. Nos primeiros semestres de 2024 e 2025, 90 pessoas morreram em ocorrências em que foi constatada a não utilização do equipamento.
Segundo os dados mais recentes, 43,7% das mortes registradas no primeiro semestre de 2025 em acidentes com veículos como carros, caminhões e ônibus estão diretamente relacionadas à falta do cinto. O perfil das vítimas revela predominância masculina: 76,6% dos casos envolvem homens, sendo que 61 das 90 mortes ocorreram entre condutores.
Infração grave em alta
Dados da Polícia Rodoviária Federal (PRF) mostram crescimento nas infrações por não uso do cinto: foram 90.067 registros em 2007 contra 216.267 em 2024. O Código de Trânsito Brasileiro classifica essa conduta como infração grave, com multa de R$ 195,23, cinco pontos na Carteira Nacional de Habilitação (CNH) e possibilidade de retenção do veículo até que todos os ocupantes estejam devidamente afivelados.
Cinto de segurança até no banco de trás
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O cinto de segurnaça é obrigatório também no banco traseiro
Estudos da Associação Brasileira de Medicina de Tráfego (Abramet) indicam que o uso do cinto reduz o risco de morte em pelo menos 60% para ocupantes do banco dianteiro e em 44% para os do banco traseiro. A eficácia do equipamento está ligada à prevenção da ejeção dos passageiros em caso de colisão.
O estudo também alerta que a ausência do cinto no banco traseiro pode aumentar em até cinco vezes o risco de morte para quem está à frente.
Como usar o cinto de segurança
Apesar de ser um dispositivo de uso intuitivo e simples, o cinto de segurança ainda é usado de forma equivocada por muitos motoristas e passageiros. O equipamento deve estar ajustado ao corpo, passando pelo ombro e quadril.
É importante que não fiquem folgas entre o corpo e o cinto. O uso de almofadas ou outros acessórios para, supostamente aumentar o conforto do usuário, reduzem a eficiência do equipamento de segurança e não devem ser usados.
Cinto de 3 pontos teve patente liberada
Em 1959, a Volvo revolucionou a segurança veicular ao desenvolver o cinto de segurança de três pontos, criado pelo engenheiro sueco Nils Bohlin. Com experiência na indústria aeroespacial, Bohlin projetou um sistema simples e eficaz que combinava uma faixa transversal sobre o peito e outra sobre a cintura, garantindo maior proteção aos ocupantes em caso de colisão.
O primeiro modelo a receber o dispositivo foi o Volvo PV544. Embora tenha registrado a patente em 1962, a montadora optou por liberar o uso da tecnologia gratuitamente para outras fabricantes, com o objetivo de ampliar sua adoção e salvar vidas em todo o mundo.
Fonte: Itatiaia