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Aneel marca reunião para discutir risco de apagão no Brasil; entenda

Redação18 de setembro de 20254min0
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Agência Nacional de Energia Elétrica debaterá alternativas para preservar sistema, entidades do setor apresentam visões divergentes sobre problema

A Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) agendou uma reunião para esta sexta-feira (19/9) para discutir o risco de um apagão no Brasil. No centro do debate, estão soluções para conter uma sobrecarga no sistema elétrico.

Para entidades que representam os maiores geradores de energia, um dos grandes problemas está na geração distribuída (GD), especialmente a fotovoltaica. A modalidade diz respeito à geração próximo ao local de consumo — ela inclui os painéis solares residenciais, mas também grandes geradores.

Nesta semana, oito entidades do setor elétrico entregaram uma carta ao Congresso Nacional em que alertam sobre o risco do descontrole desse sistema. “Hoje, a produção solar em excesso promove sobras indevidas de energia em determinados horários e obriga ao corte de outros geradores para evitar apagões e o colapso do sistema”, diz trecho do documento. Ele pede ao Congresso que não estenda ou aprove novos incentivos à energia solar distribuída — os atuais prosseguem até 2029.

“O problema é que, quando tenho produção maior do que consumo, tenho um apagão. Para evitar isso, são provocados grandes desligamentos (de fontes de energia)”, complementa o diretor de regulação de uma das signatárias, a Associação Brasileira de Distribuidores de Energia Elétrica (Abradee), Ricardo Brandão. Esse processo é habitual, mas tem ficado mais delicado — no Dia dos Pais deste ano, por exemplo, foi necessária uma ação emergencial do Operador Nacional do Sistema (ONS) na hora do almoço para evitar um colapso.

Em geral, o ONS não tem controle sobre a GD. Mas Brandão avalia que uma alternativa que pode ser apresentada na reunião de sexta-feira e adotada no futuro são formas de também promover cortes da geração distribuída para proteger o sistema, o que ainda precisaria ser discutido e regulamentado. A tática, na visão dele, começaria pelos grandes produtores, e não necessariamente incluiria a micro e minigeração distribuída (MMGD), categoria em que estão as residências.

Por outro lado, o setor de GD contesta a possibilidade. A Associação Brasileira de Geração Distribuída (ABGD) também divulgou uma carta nesta semana, endereçada à Aneel. “Apontar a GD como ‘vilã’ é um equívoco, quando na realidade o que está em jogo é a incapacidade de antigos modelos em lidar com a inovação. A transição energética é uma tendência mundial, e o Brasil não pode se permitir ficar preso a narrativas que buscam preservar privilégios e subsídios ocultos em favor de poucos”, diz o texto.

O presidente da ABGD, Carlos Evangelista, argumenta que a geração distribuída não está implicada em dois dos principais problemas do sistema elétrico: a disponibilidade de linhas de transmissão e a confiabilidade delas. Na perspectiva dele, a culpabilização da GD é uma estratégia de grandes geradores que querem dividir os próprios prejuízos com mais setores. “É como uma grande padaria do bairro reclamar que todo mundo está fazendo pão em casa e não está comprando mais nela. As usinas dos grandes grupos econômicos estão tendo prejuízo, isso é real. Mas não concordamos com a causa apontada por eles”, conclui.

Fonte: O Tempo

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