Taxa de fertilidade cai no Brasil e acelera envelhecimento populacional, aponta estudo

Redação22 de setembro de 20255min0
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Em 2024, o índice chegou a 1,6 filhos por mulher, bem abaixo do nível de reposição populacional de 2,1

Um estudo global divulgado pelo Allianz Research, no início deste mês, mostra que o Brasil enfrenta uma queda mais acelerada na taxa de fertilidade do que o previsto. Em 2024, o índice chegou a 1,6 filhos por mulher, bem abaixo do nível de reposição populacional de 2,1. O patamar coloca o país em situação semelhante à de nações como Estados Unidos e Japão.

O relatório The Fertility Paradox: Education is Key – O Paradoxo da Fertilidade: A Educação é a Chave – destaca que o Brasil responde hoje por 2% de todas as crianças com menos de cinco anos no mundo. Esse peso, no entanto, deve diminuir com a rápida transição demográfica, o que pressiona a previdência, o sistema de saúde e reduz a entrada de jovens no mercado de trabalho.

Segundo o documento, a queda das taxas de fertilidade tem sido registrada em diferentes países, mesmo em cenários de melhora econômica e de redução do desemprego entre jovens. O fenômeno é observado em lugares como Japão, Coreia do Sul, Estados Unidos e também no Brasil, onde a redução ocorreu em ritmo mais rápido do que o esperado.

No território brasileiro, a desigualdade regional é um fator de destaque. Enquanto o Sudeste apresenta as menores taxas de natalidade, regiões como Norte e Nordeste ainda registram índices próximos ao nível de reposição populacional.

“Mudanças nas atitudes e normas podem explicar a situação atual. Uma razão pode ser a mudança nos padrões familiares, especialmente porque um relacionamento estável e um parceiro confiável são fatores importantes na decisão de ter um (ou mais) filhos. Além disso, as crescentes expectativas sobre o que significa ser um bom pai ou mãe, alimentadas diariamente pelas redes sociais, podem fazer com que os pais em potencial se sintam despreparados para a paternidade.”, afirmam os autores do estudo.

Comparativo internacional – Fertilidade e desemprego jovem (25-34 anos)

  • Estados Unidos: taxa de fertilidade caiu de 2,1 (2000) para 1,6 (2024); desemprego juvenil apresentou picos acima de 10%.
  • Japão: estabilidade em níveis baixos — de 1,4 (2000) para 1,3 (2024); desemprego entre 3% e 6%.
  • Coreia do Sul: a maior queda, de 1,5 (2000) para 0,8 (2024); desemprego na faixa de 5% a 7%.
  • Brasil: recuo de 2,3 (2000) para 1,6 (2024); desemprego juvenil chegou a quase 14% em alguns períodos.

Projeções de futuro

O relatório também levanta questionamentos sobre as premissas adotadas pelos demógrafos da ONU em relação ao desenvolvimento futuro das taxas de fertilidade. Para críticos, as projeções oficiais seriam elevadas demais, o que poderia levar a uma revisão nas expectativas: a população mundial atingiria o pico antes do previsto e envelheceria de forma mais rápida.

Na variante média da edição de 2024, a ONU projeta que a população global chegue a 10,3 bilhões em 2084. A projeção considera que a expectativa de vida ao nascer aumentará de 73,3 anos em 2024 para 81,7 anos até 2100, enquanto a taxa global de fertilidade cairá de 2,2 para 1,8 filhos por mulher até o fim do século, abaixo do nível de reposição de 2,1 a partir de 2058.

No caso dos países de alta renda, as estimativas indicam que a taxa média de fertilidade subirá de 1,47 em 2024 para 1,60 em 2090. Já entre países de renda média, a tendência é de queda de 2,10 para 1,81 filhos por mulher, e nos de baixa renda, a projeção é de recuo de 4,46 para 2,03 filhos até o fim do século.

Fonte: O Tempo

  • Muzambinho.com

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