Minas registra mais de 150 incêndios por dia em setembro
Minas Gerais registrou 18.972 incêndios em vegetação nos nove meses deste ano, segundo dados do Corpo de Bombeiros (CBMMG). Só em setembro, foram 4.725, média de 157 ocorrências por dia, evidenciando a intensidade do período crítico para queimadas no estado.
Nesta quarta-feira (1º/10), o fogo que atinge a Serra do Curral segue em andamento, consumindo parte da Mata da Baleia. Equipes do Corpo de Bombeiros atuam com apoio de dois helicópteros e dois aviões para combater as chamas, que se espalham rapidamente devido à estiagem e aos ventos fortes.
Segundo o tenente-coronel Heitor Mendonça, do CBMMG, existem três linhas de incêndio ativas, sendo que uma já foi controlada, e as outras duas continuam sendo combatidas.
“O combate está sendo realizado de forma maciça desde a manhã, aproveitando as condições mais favoráveis para ações corpo a corpo e suporte aéreo”, disse. A operação desta manhã envolve 51 profissionais, dezenas de viaturas e apoio aéreo.
O incêndio provocou uma grande coluna de fumaça, visível de bairros das regiões Leste e Centro-Sul de Belo Horizonte, reforçando o alerta para o período crítico de queimadas no estado.
Devido ao incêndio, quase 50 pacientes oncológicos do Hospital da Baleia, no Bairro Saudade, Região Leste, foram transferidos de um prédio da unidade para outro. Não há risco para as estruturas do hospital, mas a fumaça e a fuligem obrigaram o remanejamento dos atendimentos, marcados ao prédio Antônio Mourão Guimarães, para o prédio Maria Ambrosina.
Outros pontos afetados em BH e Região Metropolitana
Outros locais registraram incêndios recentes; desde o início da semana, moradores de Belo Horizonte têm percebido cheiro forte de queimado, fuligem e uma camada de fumaça que encobriu a cidade.
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Rua Gentios, bairro São Bento (Centro-Sul): fogo destruiu vegetação e voltou a aparecer nesta terça, controlado apenas no fim da manhã.
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Bairro Palmeiras (Região Oeste): chamas atingiram lote vago, aproximaram-se de casas e danificaram a fiação elétrica.
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Avenida Tancredo Neves (Região da Pampulha): incêndio chegou próximo ao trânsito de veículos.
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Sabará: na noite de terça-feira (30), um incêndio consumiu uma grande área de serra. Pela manhã desta quarta (1º), os focos voltaram, o que levou o Corpo de Bombeiros a mobilizar equipes para conter as chamas.
Na Região Metropolitana, em Mário Campos, o fogo consumiu vegetação no entorno de uma fazenda. Entre os bairros Luxemburgo e São Bento, em Belo Horizonte, um incêndio de grandes proporções atingiu uma mata próxima ao Hospital Luxemburgo na segunda-feira (29/9), com as chamas se alastrando rapidamente pela vegetação.
Brigadistas voluntários e equipes do Corpo de Bombeiros atuaram também na Serra de Santa Helena, em Sete Lagoas, para conter o avanço das chamas sobre a vegetação nativa.
O período de julho a setembro concentra quase metade do total anual de incêndios. Em 2024, o pico ocorreu em setembro, com 6.772 registros. Neste ano, o pico veio em agosto, com 5.294 registros, e em setembro, 4.725 focos, média de 157 incêndios por dia, sugerindo menor intensidade da seca e possível mudança no padrão sazonal.
Em 2024, o Corpo de Bombeiros Militar de Minas Gerais (CBMMG) enfrentou um ano recorde de incêndios, com mais de 29 mil registros de focos de queimadas em vegetação, no contexto das mudanças climáticas. A corporação consolidou resultados parciais das ações de preservação e combate nas Unidades de Conservação (UCs).
Segundo o Corpo de Bombeiros, os incêndios florestais podem ser provocados por ação humana ou causas naturais, como queda de raios, mas em períodos secos a ação humana aumenta significativamente o número de ocorrências.
Fonte: Estado de Minas