Estudo revela cinco principais padrões de sono; saiba qual é o seu e como ele afeta sua saúde
Pesquisadores identificaram cinco perfis distintos de sono que influenciam diretamente a saúde física e mental das pessoas. O estudo foi publicado na terça-feira (7/10) na revista “PLOS Biology”. A equipe analisou dados de 770 jovens adultos para estabelecer conexões entre hábitos de sono e características biológicas, psicológicas e sociais.
Os cientistas examinaram diversos aspectos relacionados ao sono dos participantes, incluindo uso de auxiliares para dormir, resultados de exames de ressonância magnética cerebral e desempenho em testes de memória. A partir desses dados, estabeleceram cinco perfis que demonstram como os hábitos de sono se relacionam com traços específicos de personalidade e saúde.
O primeiro perfil identificado pelo estudo foi o de pessoas que dormem menos de seis a sete horas por noite. Conforme a pesquisa, esses indivíduos tendem a apresentar comportamento mais agressivo e problemas com processamento emocional, além de não priorizarem as necessidades dos outros.
O segundo perfil diz respeito àqueles que acordam frequentemente durante a noite. Neste caso, essas pessoas podem enfrentar dificuldades com processamento de linguagem e memória, além de apresentarem maior propensão à ansiedade, comportamento agressivo e abuso de substâncias.
Já indivíduos com sono de má qualidade em geral – caracterizado por dificuldade para adormecer, sono frequentemente perturbado e cansaço diurno – tendem a experimentar mais depressão, ansiedade, raiva, neuroticismo e estresse.
Quanto àqueles que recorrem ao uso de auxiliares de sono, os pesquisadores descobriram que há uma relação interessante: embora eles possam apresentar maior satisfação nos relacionamentos sociais, eles também têm a memória e a capacidade de reconhecer necessidades emocionais alheias prejudicadas.
E por fim, pessoas que sofrem de sonolência diurna mesmo dormindo bem à noite – condição que pode ser causada por apneia do sono, anemia, deficiência de vitaminas ou uso de medicamentos – tendem a apresentar problemas de atenção, como desatenção e TDAH (Transtorno do Déficit de Atenção com Hiperatividade), além de estresse, medo, raiva, depressão e dificuldade em ser consciencioso.
De acordo com os cientistas, a pesquisa foi motivada pela necessidade de compreender como as experiências de sono se manifestam na saúde, comportamento e atividade cerebral das pessoas. Os especialistas já sabiam que o sono inadequado aumenta o risco de problemas crônicos como doenças cardíacas, hipertensão, diabetes e obesidade, mas buscavam entender melhor sua influência sobre aspectos comportamentais.
“O sono é composto por muitas dimensões, não apenas por quanto tempo dormimos”, afirma a pesquisadora, Aurore Perrault, da Universidade Concordia, no Canadá. “Nosso estudo mostrou que diferentes aspectos do sono estão relacionados, mas também podem ser domínios separáveis com conexões específicas a fatores biopsicossociais (estilo de vida, saúde mental e física e desempenho cognitivo).”
Os pesquisadores ainda não determinaram se esses padrões de sono são permanentes ou se podem mudar ao longo do tempo com intervenções específicas. Também não está claro se os resultados se aplicam igualmente a todas as faixas etárias, já que o estudo focou em jovens adultos.
A partir deste estudo, médicos e especialistas em sono poderão desenvolver abordagens mais personalizadas para tratar problemas relacionados ao sono, considerando os diferentes perfis identificados e suas características específicas.
Uma equipe internacional, incluindo cientistas da Universidade Concordia, no Canadá, realizou a pesquisa e analisou os dados para estabelecer os cinco perfis distintos.
Fonte: O Tempo