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Casos de bullying em escolas aumentaram 67% em 1 ano: veja sinais de alerta e como enfrentar

Redação20 de outubro de 20256min0
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Em ambientes virtuais, os danos emocionais e psicológicos podem ser ainda maiores

O bullying e o cyberbullying continuam a preocupar especialistas, autoridades e instituições educacionais no Brasil. De acordo com a Ouvidoria Nacional de Direitos Humanos, mais de 2,3 mil denúncias de bullying em instituições de ensino foram registradas em 2024, um aumento de aproximadamente 67% em relação ao ano anterior. O problema afeta diretamente uma população de cerca de 50 milhões de crianças, adolescentes e jovens brasileiros, segundo o Censo 2022. O tema ganha ainda mais relevância nesta segunda-feira (20/10), no Dia Mundial de Combate ao Bullying.

Dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) indicam que aproximadamente 40% dos estudantes entrevistados nas quatro edições da Pesquisa Nacional de Saúde Escolar (PeNSE) afirmaram já ter sofrido bullying. Entre as vítimas, 24,1% declararam sentir que “a vida não vale a pena” após as agressões.

Em ambientes virtuais, a violência tem se intensificado. Um estudo conduzido pela Escola de Enfermagem da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), em parceria com o IBGE, revelou que 13,2% dos adolescentes brasileiros entre 13 e 17 anos são vítimas de cyberbullying – agressões praticadas na internet. O levantamento analisou dados de 159.245 estudantes dos ensinos fundamental e médio e apontou que:

  •  jovens do sexo feminino são as mais afetadas, com taxa de 16,2%;
  • a mesma prevalência (16,2%) foi observada entre filhos de mães sem escolaridade;
  • estudantes de escolas públicas (13,5%) e adolescentes mais novos (13 a 15 anos) também estão entre os mais vulneráveis.

O estudo indica ainda  uma ligação direta entre a vitimização e o comprometimento da saúde mental. Entre as vítimas, 26,1% afirmam não ter amigos, 22,3% relatam que a vida “não vale a pena” e 18,6% dizem sentir que “ninguém se importa” com elas. “Esses resultados estão em conformidade com a literatura, que identificou que essas vítimas tiveram um aumento substancial nos riscos relacionados com depressão, ideações suicidas, tentativas de suicídio e automutilação”, enfatiza a coordenadora da pesquisa, Deborah Carvalho Malta.

Internet intensifica danos

Segundo a ChildFund Brasil, organização com mais de 58 anos de atuação em defesa dos direitos da criança e do adolescente, o cyberbullying amplia os danos emocionais e psicológicos das vítimas. “Essa prática potencializa os danos naquela pessoa que sofre bullying, especialmente nas crianças e nos adolescentes, que ainda não desenvolveram totalmente o seu arcabouço psíquico para enfrentar tais questões”, explica Maurício Cunha, diretor da instituição.

“Na escola, muitos adolescentes criam perfis no Instagram, chamados de ‘explana’, para falar mal de alguém sem que a pessoa saiba quem é o autor. É uma forma de contar segredos e expor a pessoa sem ser identificado. Tudo acaba sendo exposto no ‘explana’”, relatou um adolescente entrevistado pela ChildFund Brasil durante a realização da pesquisa intitulada Mapeamento dos Fatores de Vulnerabilidade de Adolescentes Brasileiros na Internet, divulgada este ano. Outro jovem contou que a prática chegou a gerar brigas entre escolas, com casos de agressões físicas entre grupos rivais.

Mudança na lei

Em janeiro de 2024, foi sancionada a Lei 14.811/2024, que incluiu os crimes de bullying e cyberbullying no Código Penal. A norma também instituiu a Política Nacional de Prevenção e Combate ao Abuso e Exploração Sexual de Crianças e Adolescentes, ampliando as punições para crimes cometidos contra o público infantojuvenil. A legislação classificou ainda como crimes hediondos o induzimento, instigação ou auxílio a suicídio ou automutilação por meio da internet, além de sequestro e tráfico de crianças e adolescentes.

Como enfrentar

Especialistas alertam que o primeiro passo para combater o bullying é o diálogo e a atenção às mudanças de comportamento das vítimas. “É necessário que pais e escolas estejam atentos e ofereçam um espaço seguro, sem julgamento ou menosprezo, para evitar que a criança ou o adolescente desenvolva um trauma psicoemocional que carregue para a vida adulta”, reforça Maurício Cunha.

Entre os sinais de alerta estão isolamento social, queda no desempenho escolar, alterações no sono e no apetite, tristeza, medo de frequentar a escola e comentários sobre rejeição ou falta de propósito. Esses sintomas, segundo especialistas, exigem atenção imediata e acompanhamento adequado para evitar que a violência, seja física ou virtual, deixe marcas permanentes.

Ajuda

Entre as ações de prevenção, o ChildFund Brasil desenvolveu o curso “Safe Child”, que orienta crianças, adolescentes e adultos sobre segurança digital e estratégias de proteção contra a violência on-line.

Fonte: O Tempo

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