Estudo aponta que café pode contribuir para o envelhecimento saudável
Um estudo apresentado na Sociedade Americana de Nutrição trouxe novas evidências sobre a ligação entre o café e a qualidade de vida. A pesquisa observacional acompanhou mais de 47 mil enfermeiras durante décadas e revelou que mulheres que consumiam em média sete xícaras pequenas de café por dia, entre 45 e 60 anos, tinham 13% mais chances de atender aos critérios de envelhecimento saudável. O benefício foi identificado principalmente entre aquelas que ingeriam café com cafeína, e não em versões descafeinadas ou no chá.
O conceito de envelhecimento saudável adotado no estudo considerou fatores como boa saúde física e mental, preservação das funções cognitivas e ausência de doenças crônicas relevantes. Mas, apesar do resultado positivo, especialistas reforçam a importância de observar os limites de ingestão diária.
Alertas e benefícios
A nutróloga da Afya Educação Médica de Montes Claros, Dra. Juliana Couto Guimarães, explica que não existe uma recomendação única para todos, já que peso, metabolismo e sensibilidade à cafeína influenciam diretamente.
“Para a maioria dos adultos saudáveis, a ingestão considerada segura de cafeína é de até 400 mg por dia. Isso equivale, em média, a 3 a 4 xícaras de café coado (xícaras de 150 ml, também chamadas de ‘xícaras pequenas’ em cafeterias)”, diz.
Segundo ela, a quantidade observada na pesquisa está acima do ideal. “Embora algumas pessoas possam tolerar bem essa quantidade, ela excede a dose considerada segura (400mg). O consumo excessivo de cafeína pode aumentar o risco de insônia, ansiedade, palpitações cardíacas, agitação, refluxo gástrico e outros desconfortos gastrointestinais. Pessoas com doenças cardiovasculares, transtornos de ansiedade, distúrbios do sono ou sensibilidade à cafeína devem ter atenção redobrada, pois esses efeitos podem ser mais acentuados”, aponta.
Por outro lado, os efeitos positivos também merecem destaque. “A bebida é rica em compostos bioativos, como polifenóis e antioxidantes, que têm ação anti-inflamatória e podem ajudar na prevenção de diversas doenças. Estudos associam o consumo regular e moderado de café a uma redução no risco de doenças cardiovasculares, neurodegenerativas (como Alzheimer e Parkinson) e até alguns tipos de câncer. Outros efeitos positivos incluem uma menor incidência de diabetes tipo 2, melhora no desempenho cognitivo, além de potenciais benefícios para o humor e a longevidade”, ressalta a médica da Afya.
Hábitos de consumo e benefícios do café
O café segue como um dos produtos mais consumidos no Brasil. Segundo a Associação Brasileira da Indústria de Café (ABIC), o consumo industrializado atingiu 22 milhões de sacas em 2024. O Sudeste aparece na liderança (41,7%), seguido pelo Nordeste (26,9%) e pelo Sul (14,6%). Além de maior produtor global, o país também se consolida entre os principais consumidores da bebida.
Além dos avanços na saúde, o café mantém protagonismo no cenário internacional. De acordo com o Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA), a safra mundial de 2025/2026 deve alcançar 178,7 milhões de sacas, um novo recorde. O crescimento de 2,47% será puxado por países como Vietnã e Indonésia, além de uma produção elevada na Etiópia. Para o Brasil, a estimativa é de 65 milhões de sacas, considerando arábica e robusta.
Café, saúde e envelhecimento saudável
Estudos como este reforçam que o café vai além de seu valor econômico e cultural, podendo contribuir para a longevidade quando consumido de forma equilibrada. Nas regiões produtoras do Brasil, como Sul de Minas, Cerrado Mineiro, Matas de Minas e Média Mogiana do estado de São Paulo, que representam a área de atuação da cooperativa cafeeira Cooxupé, a bebida simboliza tradição, saúde e desenvolvimento.
(Hub do Café)