• loja.muzambinho.com
  • muzambinho.com.br
  • Muzambinho.com

Minas Gerais confirma primeiros casos de sarampo em 2025

Redação24 de outubro de 20259min0
costas-sarampo-manchas-1400x800
As notificações acontecem em meio ao aumento de registros da doença no país

Minas Gerais confirmou, nesta sexta-feira (24/10), os primeiros casos de sarampo em 2025. Os registros são de duas meninas menores de quatro anos, residentes em Uberlândia, no Triângulo Mineiro, que foram atendidas na rede municipal de saúde. Os casos foram confirmados por exame realizado pela Fundação Ezequiel Dias (Funed), a pedido da Secretaria de Estado de Saúde (SES-MG).

Segundo nota divulgada pelo município, um novo teste de rechecagem para validar definitivamente a confirmação do caso será realizado a pedido da SES-MG, responsável por analisar a doença infecciosa. O Executivo não informou o estado de saúde das crianças.

A notificação dos casos em Minas ocorre em meio ao aumento de registros da doença nas Américas e em outros estados do Brasil, como Rondônia e Tocantins. Em todo o país, 34 casos já foram notificados neste ano.

Para evitar disseminação da doença, a Prefeitura de Uberlândia anunciou que adotará ações para evitar o surgimento de novos casos na cidade, que recebe “alto fluxo migratório por ser uma localidade de transição entre regiões brasileiras”.

Entre as medidas estão o bloqueio vacinal direcionado aos casos suspeitos — incluindo conviventes e profissionais de saúde que atenderam os pacientes — e a intensificação da busca ativa e vacinação de aproximadamente 3,6 mil crianças menores de quatro anos que estejam com a tríplice viral em atraso.

Atualmente, a taxa de cobertura da vacina tríplice viral em Uberlândia, que protege contra sarampo, caxumba e rubéola, é de 89,41% para a 1ª dose e 82,26% para a 2ª. A meta preconizada pelo Ministério da Saúde é de 95%. Em nota, o município convocou os pais a levarem seus filhos para se vacinar nos mais de 70 pontos de imunização espalhados pela cidade.

“A Secretaria Municipal de Saúde reforça, mais uma vez, que, por meio da Vigilância Epidemiológica, realiza constantemente o monitoramento da circulação do vírus e incursões de busca ativa para proteção individual e coletiva, levando em conta, novamente, o alto fluxo de passagem de pessoas pela cidade”, informou o órgão.

A reportagem questionou o Governo de Minas, por meio da Secretaria de Estado de Saúde (SES-MG), e o Ministério da Saúde e aguarda retorno. O espaço segue aberto.

Saúde alerta para aumento de casos

O Ministério da Saúde publicou um alerta, em outubro deste ano, para que os estados e municípios reforcem a vigilância e as ações voltadas a indivíduos que apresentem sinais e sintomas de sarampo. O comunicado foi divulgado após o estado do Tocantins registrar surto em julho de 2025.

Segundo a pasta, os casos ocorreram no município de Campos Lindos, associados ao retorno de quatro brasileiros de uma comunidade com baixa adesão à vacinação — dois adultos e duas crianças — que estiveram na Bolívia por um mês e voltaram infectados, resultando em 25 casos confirmados. Desses, 22 eram da comunidade e três da população geral.

Sarampo matava mais de 2,5 milhões por ano no mundo antes das vacinas

A preocupação do ministério é evitar a reintrodução do vírus no país que, antes da vacinação, desenvolvida na década de 1960, matava cerca de 2,5 milhões de crianças no mundo por ano. No Brasil, a imunização foi intensificada apenas em 1990, mesmo ano em que o país registrou 478 mortes por sarampo, sendo 44 em Minas Gerais. Com o avanço da cobertura vacinal, as mortes foram reduzidas ano a ano, e as duas últimas ocorreram em 2021.

Em novembro de 2024, o Brasil recebeu a recertificação da eliminação da circulação endêmica do sarampo, concedida pela Organização Pan-Americana da Saúde (Opas/OMS). Casos esporádicos, como os descritos, não comprometem a manutenção dessa certificação.

O infectologista Leandro Curi, contudo, considera preocupante o registro de novos casos de sarampo em Uberlândia e em outras cidades do país. Segundo ele, o aumento dos diagnósticos pode estar relacionado à queda nos índices de vacinação.

“É preocupante. Essa é uma doença que já havia sido erradicada no Brasil, com selo de erradicação, mas isso só foi possível graças a uma boa cobertura vacinal, que, infelizmente, vem caindo com o tempo. Estamos vendo casos não apenas em Minas, mas em outras regiões do país, de uma enfermidade que, com alta cobertura vacinal, não tem transmissão sustentável. Ter dois casos em uma mesma cidade já é um sinal de alerta”, explica.

O especialista reforça que a vacinação é a única forma eficaz de prevenção e alerta para a importância de manter o cartão de vacinas atualizado. “É uma doença extremamente grave em alguns casos e está entre as de maior grau de transmissibilidade. Toda a população pode contrair o sarampo, mas as crianças têm mais risco de desenvolver formas severas. O segredo é a imunização. O Brasil é referência mundial nisso, com vacinas seguras e eficazes disponíveis. Vacinar-se é um ato de proteção individual e também de cidadania”, destaca.

O que é o sarampo?

O sarampo é uma doença infecciosa grave, causada por um vírus, que pode levar à morte. Sua transmissão ocorre quando o doente tosse, fala, espirra ou respira próximo de outras pessoas. A maneira mais efetiva de evitar o sarampo é por meio da vacinação.

Sinais e sintomas

Exantema (manchas vermelhas) no corpo e febre alta (acima de 38,5°C), acompanhada de um ou mais dos seguintes sintomas:

  • Tosse seca
  • Irritação nos olhos (conjuntivite)
  • Nariz escorrendo ou entupido
  • Mal-estar intenso

Quem deve se vacinar?

Crianças: A vacinação contra o sarampo faz parte do Calendário Nacional de Vacinação. A primeira dose deve ser aplicada aos 12 meses de idade (tríplice viral – sarampo, caxumba e rubéola), e a segunda, aos 15 meses (tetra viral – sarampo, caxumba, rubéola e varicela).

Pessoas de 5 a 29 anos: Devem ter duas doses da vacina, com intervalo mínimo de 30 dias entre elas. Quem comprovar duas doses da vacina tríplice viral é considerado vacinado.

Pessoas de 30 a 59 anos: Devem ter uma dose da vacina. Quem comprovar uma dose da tríplice viral é considerado vacinado.

Trabalhadores da saúde: Devem receber duas doses da tríplice viral, independentemente da idade, conforme a situação vacinal. É considerado vacinado o trabalhador que comprovar duas doses da tríplice viral.

Fonte: O Tempo

  • Muzambinho.com

Deixe um Comentário

Seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios estão marcados com *