Café pode proteger o coração e reduzir arritmias cardíacas, aponta novo estudo
Pesquisas recentes estão mudando a percepção sobre o papel do café na saúde cardíaca. Durante décadas, a bebida foi apontada como potencial vilã por supostamente causar palpitações e acelerar o ritmo do coração. No entanto, um novo estudo internacional indica que o consumo diário pode, na verdade, reduzir o risco de arritmias. A informação é do jornal O Globo.
A pesquisa, conduzida pela Universidade da Califórnia em São Francisco (EUA) e pela Universidade de Adelaide (Austrália), acompanhou 200 pacientes com fibrilação atrial persistente ou flutter atrial, condição associada a batimentos cardíacos irregulares. Todos passaram por cardioversão elétrica, procedimento que aplica um choque controlado para restaurar o ritmo cardíaco normal.
Após o tratamento, os participantes foram divididos em dois grupos: um deveria ingerir pelo menos uma xícara de café com cafeína ou um expresso por dia; o outro deveria evitar café e qualquer produto cafeinado por seis meses. Ao fim do estudo, os pesquisadores observaram que o grupo que manteve o consumo apresentou 17% menos episódios de batimentos irregulares em relação ao grupo que eliminou a cafeína. Em análises específicas, o risco de fibrilação atrial chegou a ser 39% menor entre os consumidores da bebida.

Liderado pelo cardiologista Gregory Marcus, especialista em fibrilação atrial, o estudo sugere que o café pode ter efeitos anti-inflamatórios capazes de reduzir complicações cardíacas. “A ingestão de café aumenta a atividade física, que comprovadamente diminui a fibrilação atrial. A cafeína também é diurética, podendo reduzir a pressão arterial. Além disso, vários componentes do café possuem propriedades anti-inflamatórias”, afirmou Marcus em comunicado.
Café pode ajudar substituindo bebidas menos saudáveis
Os pesquisadores também levantaram a hipótese de que o café pode ajudar indiretamente ao substituir bebidas menos saudáveis, contribuindo para um menor risco cardiovascular.
O estudo surge em um momento em que a fibrilação atrial já afeta mais de 10 milhões de adultos nos Estados Unidos, cerca de um em cada três, impulsionada pelo aumento da obesidade e pelo envelhecimento da população. Para garantir precisão, a equipe utilizou eletrocardiogramas e monitores cardíacos para registrar episódios de arritmia ao longo do acompanhamento.
Para Christopher X. Wong, pesquisador da UCSF e da Universidade de Adelaide, os resultados foram surpreendentes. “Os médicos sempre recomendaram que pacientes com fibrilação atrial limitassem o consumo de café, mas este estudo indica que a bebida não só é segura como provavelmente exerce um efeito protetor”, afirmou.
Fonte: ICL Notícias







