Dezembro Vermelho: a cada dia, cerca de 13 pessoas têm diagnóstico de HIV em Minas
Redação
Seis meses atrás, Diego Tavares, de 49 anos, recebeu o diagnóstico de HIV que ninguém espera ouvir. Hoje em dia, graças ao início imediato do tratamento, a carga viral está indetectável, o que significa que ele não transmite o vírus. No Dia Mundial de Luta contra a Aids, celebrado no dia 1/12 e marcado pela campanha Dezembro Vermelho, é importante falar sobre prevenção. Só entre 2024 e 2025, quase 9 mil pessoas foram diagnosticadas com HIV em Minas. Ou seja, em 23 meses, são 390 casos detectados a cada 30 dias. O equivalente a 13 por dia. Desse total, 76% são homens entre 20 e 49 anos, segundo dados da Secretaria de Estado de Saúde (SES-MG).
“Descobri ter HIV fazendo exames de rotina. Foi um susto, mas rapidamente fui encaminhado para o serviço especializado. Já no primeiro dia, iniciei a medicação antirretroviral. Em outubro, repeti o exame e a carga viral deu zerada, graças ao tratamento”, conta Diego, que segue acompanhando sua saúde na unidade de referência do Estado.
O vírus ainda representa um desafio, mas os avanços da rede estadual de assistência têm garantido mais qualidade de vida à população. Entre 2024 e 2025, quase 9 mil pessoas foram diagnôsticas com HIV em Minas. Desse total, 76% são homens entre 20 e 49 anos.
Rede estadual de assistência fortalecida
Atualmente, mais de 63,6 mil pessoas utilizam terapia antirretroviral na rede estadual. Nos últimos dez anos, 72.913 mineiros iniciaram acompanhamento. O subsecretário de Vigilância em Saúde da SES-MG, Eduardo Prosdocimi, destaca que a rede estadual tem expandido ações de prevenção, diagnóstico e cuidado.
“Minas possui uma grande política para o controle do HIV, com Profilaxia Pré-Exposição (PrEP), teleconsultorias, serviços especializados no interior e campanhas permanentes. Nosso foco é ampliar o acesso, reduzir novos casos e garantir acompanhamento integral às pessoas”, afirma.
A SES-MG também avança na implantação de máquinas dispensadoras de PrEP. “Estamos ampliando possibilidades de cuidado tanto na capital quanto no interior, levando prevenção e reduzindo a transmissão do HIV em Minas Gerais”, explica Prosdocimi.
Diagnóstico precoce como prevenção
A referência técnica de HIV/Aids e Hepatites Virais da SES-MG, Cecília Oliveira, reforça a importância da testagem. “Se houver relação desprotegida ou exposição ao risco, é essencial procurar imediatamente uma unidade da rede estadual. Com diagnóstico precoce, iniciamos o tratamento mais rápido, reduzimos a mortalidade e melhoramos a qualidade de vida das pessoas”, afirma.
Minas conta com 74 serviços especializados em 67 municípios, como os Serviços de Atenção Especializada (SAE), Centros de Testagem e Aconselhamento (CTA) e Unidades Dispensadoras de Medicamentos (UDM). Além disso, 124 maternidades estão preparadas para acompanhar gestantes e recém-nascidos expostos ao vírus, e diversas unidades atuam no atendimento a vítimas de violência sexual.
Prevenção e cuidado contínuo no estado
O Governo de Minas reforça o uso de preservativos, distribuídos gratuitamente na rede estadual. A política de prevenção inclui ainda PrEP, indicada antes de situações de risco, e a Profilaxia Pós-Exposição (PEP), que deve ser iniciada rapidamente após a vulnerabilidade.
A PEP está disponível em 164 unidades hospitalares da rede estadual, incluindo o HEM, referência em HIV/Aids e hepatites virais. A diretora da unidade, infectologista Virginia de Andrade, destaca que o tratamento adequado transforma vidas. “Com acompanhamento correto, as pessoas convivem com o vírus sem prejuízo à vida social ou sexual. É possível ter qualidade de vida”, afirma.
Recentemente, a SES-MG publicou uma resolução que institui o Amplia PrEP, permitindo que mais municípios da Atenção Primária ofertem a profilaxia. A iniciativa também prevê teleatendimento e envio dos medicamentos pelos Correios.
(Agência Minas)
