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Gasolina ou etanol: qual combustível rende mais no calor do verão?

Redação29 de dezembro de 20256min0
Belo Horizonte terá gasolina a R$ 3,82
Análise técnica sobre evaporação, poder calorífico e rendimento de cada combustível em altas temperaturas

Com a chegada do verão e das ondas de calor cada vez mais intensas, uma dúvida volta a ocupar a cabeça de quem dirige carros flex: afinal, qual rende mais, gasolina ou etanol? Embora a decisão costume ser guiada pela conhecida “regra dos 70%”, fatores técnicos relacionados à temperatura ambiente podem influenciar diretamente o consumo, o desempenho do motor e o custo final para o motorista.

Entender como cada combustível reage ao calor ajuda a fazer uma escolha mais eficiente, tanto para o bolso quanto para o funcionamento do veículo.

Diferenças técnicas entre gasolina e etanol

A resposta passa, antes de tudo, pelas propriedades físico-químicas de cada combustível, que determinam quanto de energia é gerada e como ocorre a queima no motor.

Gasolina (comum ou aditivada)

  • Poder calorífico: cerca de 32 MJ/L (megajoules por litro), o que garante maior autonomia, ou seja, mais quilômetros rodados por litro.
  • Volatilidade: menor do que a do etanol, o que reduz perdas por evaporação em dias quentes.
  • Densidade: levemente inferior à do etanol.

Etanol hidratado

  • Poder calorífico: aproximadamente 22,7 MJ/L, exigindo maior volume de combustível para gerar a mesma energia da gasolina.
  • Alta volatilidade: evapora com mais facilidade, especialmente sob temperaturas elevadas.
  • Calor latente de vaporização: ao evaporar, o etanol retira calor do ar, resfriando a mistura ar-combustível.

Como o calor afeta o rendimento

As altas temperaturas impactam todo o sistema de alimentação do veículo, desde o tanque até a combustão. Um dos principais fatores é a evaporação do combustível.

Veículos modernos contam com um sistema chamado cânister, que retém vapores e os reaproveita no motor, reduzindo emissões. No entanto, em situações de calor extremo, a evaporação do etanol pode ser tão intensa que supera a capacidade do sistema, resultando em perdas reais de combustível , algo que não aparece no painel nem no cálculo de consumo.

Nesse ponto, a gasolina leva vantagem por ser menos volátil e, portanto, menos suscetível a perdas. Por outro lado, o etanol apresenta um benefício técnico importante no calor: ao resfriar a mistura ar combustível, ele aumenta a densidade do ar admitido, permitindo uma queima mais eficiente.

Esse efeito pode melhorar o desempenho e reduzir o risco de pré-ignição, especialmente em motores de alta compressão ou turboalimentados.

A regra dos 70% ainda vale no verão?

Tradicionalmente, considera-se o etanol vantajoso quando seu preço é até 70% do valor da gasolina. Essa proporção reflete a diferença de poder calorífico entre os dois combustíveis. No verão, porém, a equação pode mudar.

As perdas por evaporação do etanol, intensificadas pelo calor, reduzem o rendimento real do combustível. Assim, mesmo que o preço esteja dentro da regra clássica, a economia pode não se concretizar na prática.

Por isso, especialistas indicam que, nos meses mais quentes, o etanol só se mostra realmente vantajoso quando custa entre 65% e 68% do preço da gasolina, oferecendo uma margem de segurança frente às perdas.

Vantagens e desvantagens no calor

Gasolina

  • Vantagens: maior autonomia e menor perda por evaporação.
  • Desvantagem: preço mais elevado por litro.

Etanol

  • Vantagens: preço geralmente mais baixo e melhor desempenho térmico do motor.
  • Desvantagens: maior consumo e perdas significativas em temperaturas elevadas.

Qual escolher?

Para motoristas que priorizam previsibilidade de consumo e maior autonomia, a gasolina tende a ser a opção mais segura durante o verão. Já quem busca melhor desempenho do motor e encontra o etanol com preço bem abaixo da gasolina pode continuar optando pelo combustível vegetal.

No fim das contas, a escolha ideal depende do valor na bomba, das condições climáticas, do tipo de motor e do estilo de condução. No calor intenso, mais do que nunca, fazer as contas com atenção pode evitar surpresas no consumo.

Fonte: Itatiaia

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