Por Lucas Soares, Régis Melo e Fernanda Rodrigues, G1 Sul de Minas
A recente greve dos caminhoneiros e o consequente desabastecimento causado pela paralisação dos serviços trouxeram à tona uma realidade de quase todas as regiões brasileiras: a dependência das rodovias. Especialistas ouvidos pelo G1 Sul de Minas são unânimes em afirmar que a falta de investimento em outros meios de transporte, como as ferrovias, custa muito caro à população atualmente.
Segundo o historiador Alisson Eugênio, professor da Universidade Federal de Alfenas (Unifal), antes da construção das rodovias, as estradas de ferro estavam sendo desenvolvidas principalmente para escoar o café do interior para o litoral. Tudo começou a mudar na metade do século XX, quando, principalmente no Governo JK, as rodovias foram escolhidas como símbolo do progresso e as ferrovias foram deixadas de lado.
“O custo histórico do investimento maciço e praticamente exclusivo nas rodovias foi a morte, a estagnação praticamente das ferrovias, que tinham uma função importantíssima não só de escoamento de mercadorias, não só do café, mas de pessoas. As rodovias são necessárias, são importantes, só que o Brasil cometeu um erro histórico gigantesco, de abrir mão das ferrovias para investir totalmente nas rodovias. O correto seria investir nas rodovias e manter o investimento e expansão das ferrovias. Estaríamos bem melhor hoje se esse erro histórico do passado não tivesse sido cometido”, diz o professor.