Produtividade garantirá safra recorde de grãos em Minas
De acordo com o 10° Acompanhamento da Safra Brasileira de Grãos, feito pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), o Estado será responsável pela colheita de 14,28 milhões de toneladas de grãos, um avanço de 1,5% sobre a safra anterior, que até então era recorde. Neste ano, o incremento foi estimulado pelo clima favorável e pelas tecnologias empregadas na produção. O destaque será a soja, que também terá a maior produção na série histórica.
De acordo com os dados da Conab, o clima favoreceu a produtividade, contribuindo para o aumento do volume produzido por hectare em Minas Gerais. A produtividade média estimada para o Estado é de 4,28 mil toneladas por hectare, rendimento 2,6% superior ao registrado no ano safra anterior. A área destinada ao cultivo dos grãos caiu 1,1% e somou 3,33 milhões de hectares.
Com os resultados positivos, a expectativa para a próxima safra é de novo aumento da produção, que será puxado pelas culturas da soja, milho e algodão. “A princípio, as perspectivas são boas para a próxima safra e alguns fatores irão contribuir para o aumento da produção. A desvalorização do câmbio é favorável para a próxima safra de grãos, principalmente, nos casos da soja, milho e algodão, que são os produtos exportados. Outro fator é a taxação dos chineses sobre os produtos americanos, que teve impacto nos preços em Chicago, mas o Brasil foi compensado porque os prêmios nos portos para a soja subiram muito. Toda a queda que houve em Chicago, em função da taxação, não impactou no Brasil. Por isso, muito provavelmente, teremos aumento na área de soja”, explicou o coordenador geral da Secretaria de Política Agrícola do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), Sávio Rafael Pereira.
Em Minas Gerais, o destaque da atual temporada produtiva foi a soja. A oleaginosa apresentou expansão de 9,4% na colheita, que encerra a safra 2017/18 em 5,54 milhões de toneladas, volume recorde para o Estado. No período, a produtividade foi estimulada pelas tecnologias utilizadas na cultura e pelo clima favorável. Com isso, o rendimento médio por hectare cresceu 5,6% e chegou a 3,6 toneladas por hectare. Com preços mais rentáveis e maior liquidez no mercado, produtores que antes plantavam milho apostaram na soja e, por isso, a área de cultivo ficou 3,6% maior, com o uso de 1,5 milhão de hectares.
“Neste levantamento confirmamos a tendência de recorde na produção de soja, que vinha sendo observada nos levantamentos anteriores”, explicou o gerente de Levantamento e Avaliação de Safras da Conab, Cleverton Santana.
Algodão – Com preços remuneradores e demanda aquecida, a produção de algodão em caroço cresceu 57,6% e somou 91,9 mil toneladas. A área destinada à cultura está 60% maior, com o uso de 25 mil hectares. A produtividade média caiu 1,7% e o rendimento esperado é de 3,6 toneladas por hectare.
Milho – Outro importante produto para Minas Gerais, o milho, apresentou queda na produção. Na safra 2017/18, o Estado será responsável pela colheita total de 7,18 milhões de toneladas, retração de 4,4% frente ao ano anterior.
A queda na produção do milho se deve aos preços mais baixos pagos pelo cereal e a concorrência com a soja, o que fez com que os produtores migrassem para a cultura da oleaginosa. Somente na primeira safra houve uma redução de 6,9% na produção do milho, que somou 5,3 milhões de toneladas. A área em produção caiu 9,4% saindo de 909 mil hectares para 825 mil hectares.
Na segunda safra, a produção do milho deve ficar 3,9% superior, com a colheita de 1,79 milhão de toneladas. O aumento virá da produtividade da cultura, que foi estimada em 5,23 toneladas por hectares, variação positiva de 8,6%. Já a área plantada ficou 4,4% menor, como uso de 341,9 mil hectares.
“Neste ano, houve um estreitamento da janela de plantio em função do atraso na colheita da soja. Além disso, a redução drástica das chuvas impactou na decisão do produtor em plantar o milho segunda safra”, disse Santana.
Feijão – A produção mineira de feijão também ficou menor. De acordo com a Conab, houve uma redução de 6,9% na produção total, que somou 498,2 mil toneladas. A área total cultivada caiu 7%, com o uso de 324 mil hectares. A produtividade média das lavouras ficou estável, com a colheita de 1,53 tonelada por hectare.
O impacto negativo veio da terceira safra, que retraiu 22,1%, com a colheita de 143,7 mil toneladas. A queda se deve aos preços baixos praticados após a colheita das duas primeiras safras. Na primeira safra o aumento foi de 1,6% e um volume de 198,3 mil toneladas de feijão. Na segunda, a expansão foi de apenas 0,5% e o Estado colheu 156 mil toneladas do grão.
Fonte: Agrolink