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Em julho, faturas do cartão de crédito já chegam com as novas regras

Julia Toledo24 de julho de 20184min0
cavalo1
economia
Principal objetivo das mudanças foi reduzir os juros cobrados, mas o consumidor tem que ficar vigilante para não perder o controle.

As faturas do cartão de crédito que chegaram em julho foram as primeiras desde a entrada em vigor das regras novas, em junho. O objetivo das mudanças foi reduzir os juros cobrados.

Márcia Porto, que é corretora de imóveis, está cheia de memórias felizes da festa de casamento: os filhos entrando na igreja, o momento do sim. Só que ficaram também as dívidas no cartão de crédito.

“O meu vestido, eu parcelei, e também as despesas da festa, as lembrancinhas, os extras da festa, floricultura, tudo. Também a viagem, da lua de mel”, conta.

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Um quarto das famílias brasileiras tem dívida em atraso, segundo a Confederação Nacional do Comércio. A maior parte em cartão de crédito. Uma dívida fácil de fazer e difícil de pagar. Para quem atrasa a conta no cartão, a taxa de juros passa de 200% ao ano.

“A gente pagava o mínimo para tentar melhorar no mês seguinte, e aí não melhorava nada, piorava”, diz Márcia.

Pelas novas regras que começaram a valer no mês de junho, o pagamento mínimo do cartão não tem mais que ser de 15% da fatura. Agora, cada banco define esse percentual dependendo do perfil do cliente, que deve ser avisado 30 dias antes da mudança.

A taxa de juros do rotativo podia variar. O valor era menor para quem pagava pelo menos a parcela mínima. Em maio, por exemplo, os juros para quem pagava o mínimo eram de 10,81% ao mês; já para quem não conseguia pagar, mais de 13%. Agora, o banco vai ter que cobrar uma única taxa de juros.

Depois de 30 dias usando o crédito rotativo do cartão, o banco continua tendo que transferir essa dívida para outro tipo de empréstimo, parcelado com juros menores.

O professor de finanças do Ibmec Wellington Lopes diz que as mudanças são positivas, mas o consumidor ainda precisa ficar atento para que a dívida no cartão não se transforme em outras mais pesadas no futuro.

“O banco que reduzir para menos que 15% vai estar talvez, eventualmente, facilitando o crédito num primeiro momento para o tomador, mas trazendo um problema lá na frente porque depois de 30 dias ele não pode mais entrar no rotativo do rotativo, ele vai precisar fazer um parcelamento e você vai estar com uma massa crítica de dívida mais elevada, num cenário instável de taxa de juros que não tende a cair, pelo menos, no curto prazo”, explica.

Márcia e o marido estão agora renegociando com os bancos para apagar a única memória ruim que ficou da festa de casamento.

“A gente quer se livrar mesmo, então, a gente está fazendo propostas para liquidar de vez”.

 

Fonte: EM.com.br

Julia Toledo


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