Quase 130 suspeitos de queimar ônibus foram presos em junho e julho
A Secretaria de Estado de Segurança Pública de Minas Gerais informou que quase 130 pessoas foram presas por suspeita de envolvimento em queima de ônibus do início de junho até esta segunda-feira (23). Na Região Metropolitana, o último ataque ocorreu na noite deste domingo (22) e deixou um motorista da linha 7150 queimado. A polícia faz buscas para prender envolvidos.
“Mandantes identificados já foram retirados de circulação por prisões realizadas pelas polícias Civil e Militar nas últimas semanas. Desde o início de junho, já são 129 presos em flagrante ou por mandado de prisão suspeitos de envolvimento em queima de ônibus”, disse em nota. A secretaria não soube informar ao G1 quantos dos detidos seguem atrás das grades.
Ainda segundo o governo, ocorrências de queima de ônibus em Minas Gerais são tratadas com prioridade pelas forças de segurança e há apoio da Polícia Federal (PF).
O Sindicato das Empresas de Transporte de Passageiros Metropolitano informou em nota que repudia os ataques e pede providências.
“Trata-se de um crime grave que está colocando em risco os colaboradores e os usuários do transporte público”, afirma a nota do sindicato.
Na avaliação do Sintram, as forças de segurança pública do Estado precisam tomar providências urgentes para frear os ataques.
Ataque mais recente
Na noite passada, suspeitos armados abordaram o ônibus da linha 7150 no ponto final, impediram que o motorista saísse e colocaram fogo. Oduvaldo Filho, de 61 anos, dirigia o ônibus e teve queimaduras. Ele teve 36% do corpo queimado, passou por cirurgia e está internado. Segundo a equipe médica, o quadro de saúde é estável.
Sobre este caso, a secretaria informou que apuração é feita pela Polícia Civil e, como tem sido procedimento em ações de queima de ônibus, todo o sistema de inteligência das polícias e secretarias de Segurança e de Administração Prisional já trabalha no assunto.
A Polícia Militar informou que está fazendo buscas para prender os suspeitos de atacar a linha 7150. Segundo o porta-voz da PM, major Flávio Santiago, a legislação para o tipo de crime precisa ser revista, pois comumente os presos retornam com facilidade às e ruas e há muitos adolescentes envolvidos. Geralmente, os casos são registrados como dano qualificado (detenção de 1 a 6 meses) e incêndio criminoso (reclusão de 3 a 6 anos).
Balanço de ataques
De janeiro a junho, 36 ônibus foram incendiados em Belo Horizonte e cidades da Região Metropolitana, de acordo com os sindicatos que representam as empresas do transporte.
Do total de ataques desde o início do ano, 16 foram em linhas gerenciadas pela Empresa de Transporte e Trânsito de Belo Horizonte (BHtrans), segundo o Sindicato das Empresas de Transporte de Passageiros de Belo Horizonte (Setra-BH). Os outros 20 ocorrem em linhas do transporte metropolitano, gerenciadas pelo Sindicato das Empresas de Transporte de Passageiros Metropolitano (Sintram).
Registros ocorreram também em outras cidades do estado, mas não há um dado fechado. Levantamento feito pelo G1 entre 3 e 16 de junho, quando ocorreu uma onda de ataques, contabiliza 72 coletivos queimados em Minas Gerais. À época, o governo disse que os ataques partiam de uma facção criminosa e eram motivados pela a insatisfação do grupo com o rigor adotado pelo sistema prisional.
Fonte: G1.com.br