Pela 4ª vez seguida, Copom deve manter juro básico na mínima de 6,5% ao ano, prevê mercado
O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central se reúne nesta quarta-feira (19) e deve manter a taxa básica de juros da economia brasileira estável em 6,50% ao ano, segundo estimativa da maior parte dos economistas do mercado financeiro.
Se a previsão das instituições financeiras se confirmar, essa será a quarta manutenção seguida da taxa Selic, que, mesmo assim, continuará no menor nível da série histórica do Banco Central – que teve início em 1986. A decisão do Copom será anunciada após as 18h desta quarta.
Os bancos projetam também que os juros básicos devem permanecer em 6,5% ao ano até o fim de 2018. Para o fechamento do próximo ano, porém, a estimativa dos economistas para a taxa Selic está em 8% ao ano. Ou seja, a expectativa é de alta nos juros em 2019.
Como a decisão é tomada
A definição da taxa de juros pelo BC tem como foco o cumprimento da meta de inflação, fixada todos os anos pelo Conselho Monetário Nacional (CMN). Para 2018, a meta central de inflação é de 4,5% e, para 2019, é de 4,25%.
Quando as estimativas para a inflação estão em linha com as metas, o BC reduz os juros; quando estão acima da trajtetória esperada, a taxa Selic é elevada.
O ano que começa a ganhar força na definição da taxa de juros, pois as decisões do Copom demoram cerca de seis meses para terem impacto pleno na economia.
Neste ano, a inflação segue relativamente comportada, tendo registrado deflação (queda de preços) em agosto. A previsão dos economistas para a inflação de 2018 está em 4,09% e, para o ano que vem, em 4,11%, ou seja, ainda em linha com as metas de inflação.
Entretanto, o dólar, que tem registrado valorização por conta da subida de juros nas economias desenvolvidas, pelas tensões eleitorais, por conta da guerra comercial entre os Estados Unidos e a China, e pela especulação no mercado, pode representar pressão inflacionária nos próximos meses.
Analistas avaliam, porém, que em um cenário de baixo crescimento econômico, com desemprego ainda alto, o chamado repasse da alta do dólar para a inflação tende a ser menor.
Rendimento da poupança
Se confirmada a nova manutenção dos juros nesta quarta-feira, o rendimento da poupança também deverá permanecer o mesmo.
Pela regra atual, em vigor desde 2012, os rendimentos da poupança estão atrelados aos juros básicos sempre que a Selic estiver abaixo de 8,5% ao ano.
Nessa situação, a correção anual das cadernetas fica limitada a um percentual equivalente a 70% da Selic, mais a Taxa Referencial, calculada pelo BC. A norma vale apenas para depósitos feitos a partir de 4 de maio de 2012.
A medida visa evitar que a poupança fique mais atrativa que os demais investimentos, cujos rendimentos caem junto com a Selic. Sem o redutor, a poupança passaria a atrair recursos de grandes poupadores, que deixariam de comprar títulos públicos.
Se o juro básico da economia continuar em 6,50% ao ano, a correção da poupança permanecerá sendo de 70% desse valor – o equivalente a 4,55% ao ano, mais Taxa Referencial.
Segundo cálculos da Associação Nacional de Executivos de Finanças, Administração e Contabilidade (Anefac), a poupança continuará sendo uma “excelente opção de investimento, principalmente sobre os fundos cujas taxas de administração sejam superiores a 1% ao ano”.
Analistas avaliam que o Tesouro Direto, programa que permite a pessoas físicas comprar títulos públicos pela internet, via banco ou corretora, sem necessidade de aplicar em um fundo de investimentos, também pode ser uma boa opção para os investidores. O programa tem atraído o interesse de aplicadores nos últimos anos.
Fonte: G1.com.br