OCDE reduz previsão de crescimento do Brasil em 2018 para 1,2%
A Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Econômico (OCDE) revisou para baixo suas projeções para o crescimento do Brasil, segundo relatório divulgado nesta quinta-feira (20). A entidade prevê agora que o país irá crescer 1,2% em 2018 e 2,5% em 2019.
Em suas projeções anteriores, divulgadas em maio, a OCDE previa que o PIB cresceria 2% em 2018 e 2,8% em 2019.
A projeção da OCDE está abaixo da prevista pelo mercado brasileiro. Segundo o útimo relatório Focus do Banco Central, a média esperada pelos economistas de mais de 100 instituições financeiras é de alta de 1,36% do Produto Interno Bruto (PIB) em 2018, após um crescimento de 1% em 2017. Para 2019, previsão é de alta de 2,5%.
No fim do mês passado, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) informou que o PIB brasileiro cresceu 0,2% no 2º trimestre de 2018, na comparação com os três meses anteriores.
Segundo a OCDE, o ritmo da recuperação do Brasil desacelerou, em meio a “considerável incerteza sobre as políticas futuras” e problemas relacionados à greve” recente dos caminhoneiros.
“As condições financeiras também se estreitaram um pouco, apesar das vulnerabilidades externas menores do que em muitas outras economias emergentes”, afirma o relatório. “Reiniciar reformas, particularmente a da Previdência, ajudaria a melhorar a confiança e o gasto do setor privado, permitindo que o crescimento do PIB avance para cerca de 2,5% em 2019%”, acrescenta.
Previsão para economia mundial também é reduzida
A OCDE também reduziu a previsão de crescimento do PIB mundial esperado para 2018 e 2019, apontando que a economia global atingiu seu pico de crescimento. Em sua previsão econômica anterior, de maio, o fórum de políticas baseado em Paris previa um crescimento de 3,8% neste ano e de 3,9% em 2019.
“A escalada das tensões comerciais, o aperto das condições financeiras nos mercados emergentes e os riscos políticos podem minar ainda mais o crescimento forte e sustentável a médio prazo em todo o mundo”, destacou organização.
A OCDE disse que o crescimento do comércio, o motor por trás do avanço global nos anos recentes, desacelerou neste ano para cerca de 3%, ante 5% em 2017, com tensões entre os Estados Unidos e seus maiores parceiros comerciais pesando sobre a confiança e investimentos.
Estados Unidos e China
Embora os Estados Unidos sejam a fonte destas tensões comerciais, a perspectiva econômica para os EUA foi a melhor entre as economias mais desenvolvidas da OCDE, graças a cortes de impostos e gastos do governo, destaca a agência Reuters.
A OCDE manteve sua previsão para o crescimento dos EUA neste ano a 2,9%, mas reduziu sua estimativa para o próximo ano para 2,7%, ante 2,8%.
A organização disse que as tarifas de importação dos Estados Unidos estavam começando a ter impacto na maior economia do mundo, estimando que as tarifas já impostas elevariam os preços dos Estados Unidos em 0,3% a 0,4%.
Produtos específicos foram ainda mais afetados, com os preços nos EUA de máquinas de lavar saltando 20% entre março e julho, enquanto exportações de automóveis dos EUA para a China recuavam 40% ao longo de um ano.
O relatório da OCDE aponta ainda que uma moeda mais fraca até agora ajudou a China – que não é membro da OCDE – a absorver o impacto das tarifas mais altas dos EUA, mantendo sua previsão de crescimento inalterada a 6,7% neste ano e 6,4% no próximo ano.
Fonte: G1.com.br