Projeto desenvolve sistema óptico de monitoramento de barragens na Unifei, em Itajubá, MG
Com o equipamento desenvolvido em Itajubá, é possível monitorar as barragens através de lasers de alta precisão. — Foto: Reprodução EPTV
Uma empresa incubada na Universidade Federal de Itajubá (Unifei) desenvolveu um sistema óptico de monitoramento de barragens e hidrelétricas. A tecnologia pode ajudar a evitar tragédias como a de Brumadinho. Com o equipamento, é possível monitorar as barragens através de lasers de alta precisão.
“É um aparelho que fica posicionado em frente à barragem, fora da estrutura de barramento, um terreno inerte e ele faz a leitura de múltiplos pontos na estrutura, como se fosse um escaneamento desses alvos, então ele informa a posição exata que a barragem está com posição milimétrica”, explica o engenheiro civil Daniel Carlos Ribeiro Trautwein.
Através dele, o monitoramento da barragem é feito em tempo real, 24 horas por dia. Qualquer anormalidade é percebida por ele e assim é possível evitar novos desastres.
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É o que poderia ter acontecido em Brumadinho. Caso fosse detectado qualquer tipo de problema, os sistemas de segurança teriam sido acionados e os alertas disparados. A tecnologia já está em fase de teste em uma mineradora do Brasil. No entanto, a empresa não divulgou o nome.
“A gente consegue identificar e informar em tempo real, o início da deformação dessa estrutura. Então a gente consegue proporcionar um tempo hábil, a partir do nosso alerta, para que ações sejam tomadas”, explica o engenheiro.
Para o professor Carlos Martinez, do Instituto de Engenharia Mecânica da Unifei, um monitoramento mais eficaz na barragem de Brumadinho teria diminuído a extensão da tragédia, salvado vidas e preservado o meio ambiente.
Equipamento desenvolvido em Itajubá já está sendo testado em mineradora — Foto: Reprodução EPTV
“Sobrou confiança porque a empresa, as empresas eram muito seguras de que as estruturas não iriam ruir, a prova disso é que o refeitório se localizava abaixo da barragem e aqueles técnicos, engenheiros e administrativos que estavam lá, não tinham a menor preocupação em viver e trabalhar ali embaixo, porque eles sabiam que a estrutura era segura”, disse o professor de engenharia mecânica da Unifei, Carlos Martinez.
Ele compara o sistema de uma barragem ao corpo humano, que precisa de cuidados frequentes. E diz ainda que o equipamento desenvolvido em Itajubá é uma ferramenta importante.
“Seria um daqueles sensores que medem por exemplo pressão arterial do ser humano, o que ele vai indicar? se esse corpo está se deformando e aí nesse caso, como é que isso vai ter influência na vida da estrutura”, completou o professor.
Fonte: G1 Sul de Minas – EPTV