MPF recomenda criação de plano emergencial para a barragem de rejeitos da INB, em Caldas, MG
Segundo estudo, sistema de escoamento de barragem estaria comprometido em Caldas — Foto: Reprodução EPTV
O Ministério Público Federal de Pouso Alegre (MG) recomendou às Indústrias Nucleares do Brasil e à Comissão de Energia Nuclear a criação de um plano emergencial para a barragem de rejeitos nucleares da INB, em Caldas (MG). O MPF se baseou em um estudo da Universidade Federal de Ouro Preto (MG) que apontou que o sistema de escoamento da barragem está comprometido.
Além disso, o estudo concluiu que as infiltrações encontradas na barragem favorecem a ocorrência de um processo de erosão interna, o que além de danificar a estrutura dela, aumenta a probabilidade de ruptura.
“Não existe hoje, em relação a essa barragem, uma certeza em relação a sua estabilidade. Existe sim verificações que foram realizadas, mas a consultoria contratada pela INB, ela não foi concludente em relação à estabilidade ou não da barragem, por conta da ausência de medições de alguns dos mecanismos de segurança denominados piezômetro. Alguns desses piezômetros não estavam funcionando corretamente e isso impediu uma conclusão com certeza a respeito do grau de instabilidade”, disse o procurador federal Lucas de Morais Gualtieri.
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Essa barragem contém material radioativo resultante da primeira mina de urânio explorada no Brasil. A exploração durou de 1982 a 1995 e foi encerrada sob o argumento de que as atividades eram economicamente inviáveis.
Ficaram no local a cava da mina, contendo lama com resíduos radioativos, uma fábrica de beneficiamento de minério desativada, equipamentos e a barragem, com milhares de toneladas de rejeitos contendo urânio, tório e rádio.
O MPF também recomendou que a INB e a CNEN informem principalmente aos moradores de Caldas e Poços de Caldas sobre os riscos e as providências que estão sendo tomadas para evitar o rompimento da barragem.
“Inclusive no próprio plano de segurança é prevista a realização desse contato com a comunidade, a realização de simulações, para que a comunidade tenha condições de, havendo o alerta de risco de rompimento efetivo, ela saber o que fazer e quais são as providências que têm que ser adotadas”, disse o procurador federal.
A INB e a CNEN informaram que as medidas necessárias para a criação do Plano de Ação Emergencial em barragens nucleares já começaram a ser adotadas.
Fonte: G1 Sul de Minas – EPTV