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Café atinge menor cotação em 14 anos na Bolsa de Nova York

Redação23 de abril de 20196min0
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Movimento de preços internacionais influencia mercado interno brasileiro, com indicadores do Cepea apontando queda em abril

IBGE revisou para cima estimativa de produção para o café arábica, mas manteve a do robusta (Foto: Ernesto de Souza/ Ed. Globo)

POR RAPHAEL SALOMÃO – revistagloborural.globo.com

O preço do café na Bolsa de Nova York voltou a cair, nesta quarta-feira (17/4), com o contrato para julho de 2019 cotado a US$ 0,8965 por libra-peso, 330 pontos, ou US$ 0,033, de retração. Segundo o Valor Data, é o menor nível em 14 anos. Não se via preço tão baixo desde 27 de setembro de 2005, quando chegou a US$ 0,8815.

O movimento na bolsa reforça a tendência de desvalorização da commodity, verificado também em outros indicadores. O índice composto da Organização Internacional do Café (OIC), que tem entre seus componentes cafés brasileiros e colombianos, acumula queda de 1,28% entre 1º e 16 de abril. A referência foi de US$ 0,9521 para US$ 0,9399 por libra-peso. Em março, a retração tinha sido de 2,85%.

Em meio à pressão internacional, o mercado brasileiro também acumula queda neste mês. Até a terça-feira (16/4), os indicadores do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea) apontam baixa de 3,05% no arábica, referenciado em São Paulo, e de 3,91% no robusta, baseado no Espírito Santo. Na terça, o arábica foi cotado a R$ 381,09 a saca de 60 quilos e o robusta a R$ 290,63.

Em nota, o pesquisador do Cepea Renato Garcia Ribeiro pontua que o mercado observa o andamento da safra brasileira, em fase de colheita. No dia 11 de abril, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) estimou uma produção de 53,9 milhões de sacas de 60 quilos. O volume total é 10% menor que o da safra passada, mas considerado bom pelo instituto em ano de bienalidade negativa.

Mesmo com o período de ciclo baixo, que atinge principalmente o arábica, o IBGE aumentou a estimativa de produção da variedade em 1,3% em comparação com o relatório anterior, apostando em de 38,7 milhões de sacas (-13,8% em relação a 2018). E manteve estável a previsão para o robusta em 15,2 milhões de sacas (+1,6% em relação a 2018).

A variação cambial também está no foco. E esta quarta-feira (17/4) foi de valorização da moeda americana. No Brasil, com o mercado financeiro de olho na tramitação da Reforma da Previdência no Congresso, a cotação chegou a bater R$ 3,9471 na máxima do dia e acabou fechando a R$ 3,9349, alta de 0,85%.

Superintendente de mercado interno da cooperativa Cooxupé, sediada em Guaxupé (MG), Lucio Dias avalia que, mais do que o quadro de oferta, demanda e estoques, o mercado de café tem sido influenciado pelo movimento financeiro. Segundo ele, investidores têm obtido rentabilidade com diferenciais entre contratos na bolsa.

“Enquanto julho deste ano está assim, o julho 2020 está 1,04 (dólar por libra). O diferencial é de 16,8%. Quem está operando é o mercado financeiro e fazendo esse estrago violento no preço. O círculo para o mercado financeiro está virtuoso”, diz.

Lucio Dias avalia que, se observados os fundamentos, os preços do café deveriam, ao contrário de agora, estar reagindo. A safra brasileira não é tão grande, o mercado está demandado e o que tem sido exportado pelo Brasil é consumido. Os Estados Unidos, por exemplo, estão com estoques reduzidos, diz ele.

“Mas não adianta buscar explicação no fundamento com um mercado tão fraco. Com o que temos visto de fundamento era para estar melhorando, mas só piora”, lamenta o superintendente da Cooxupé.

Nos cafezais do Brasil, a tendência é de aceleração da colheita a partir da próxima semana, acredita Renato Garcia Ribeiro, do Cepea. Mas os cafeicultores devem atentar para o clima, especialmente nas lavouras de arábica, onde foram registradas chuvas na semana passada.

“As precipitações atrapalham a colheita e podem levar à queda dos grãos, prejudicar a bebida e aumentar a possibilidade de fermentação, reduzindo a qualidade dos cafés e limitando ainda mais a rentabilidade”, diz, em nota.

Lucio Dias, da Cooxupé, reforça a preocupação. “Já não é uma colheita tão grande. Houve muita chuva e jogou café no chão. E tem uma perspectiva de piora na qualidade, pouca peneira nos grãos”, diz ele.

Fonte: revistagloborural.globo.com

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