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Dólar dispara e chega a maior cotação desde o Plano Real: R$ 4,20

Redação19 de novembro de 20195min0
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Moeda dos Estados Unidos teve alta de 0,29% e cotação é a maior desde 1994

Brasília – Tudo o que o governo na precisava nessa segunda-feira era uma notícia ruim vindo do mercado de câmbio. A ideia do Planalto era faturar com o anúncio de um deficit fiscal abaixo de R$ 80 bilhões neste ano e com o desbloqueio de R$ 14 bilhões do Orçamento. Mas o dólar não deu trégua. A moeda norte-americana encerrou os negócios valendo R$ 4,205 para venda, com alta de 0,29%. É a maior cotação desde o Plano Real, editado em julho de 1994.

No pico do dia, a moeda chegou a tocar os R$ 4,2090, mais de R$ 0,03 acima da mínima, atingida pela manhã, R$ 4,1702.Para o governo, essa disparada veio num momento ruim, pois cria um clima de azedume entre os investidores.

dólar está subindo por uma série de razões. A principal delas, a forte saída de recursos do país. Neste ano, o fluxo cambial está negativo em US$ 21,5 bilhões, o pior resultado para o período desde 1999, quando o país foi obrigado a mudar o sistema cambial, de fixo para flutuante. Pelos cálculos do Banco Central, o buraco no câmbio deve aumentar, pois, tradicionalmente, o fim de ano é de retirada de recursos do Brasil, uma vez que os investidores precisam fechar contas nos países de origem. Mais: como as exportações diminuíram, o fluxo de dólares para o país está menor.

Para piorar, parte dos exportadores está preferindo deixar recursos lá fora.  Outro ponto relevante: os donos do dinheiro estão muito incomodados com o péssimo clima na América Latina. A região vem se despontando como uma das mais instáveis do mundo. Mesmo países considerados no caminho certo, segundo o manual econômico tradicional, como o Chile, sucumbiram à crise política.

Surpresas negativas

O governo teme que, com uma arrancada mais forte do dólar, a inflação se assanhe, Por enquanto, os índices de preços estão muito comportados, pois a demanda está fraca. Mas não é bom brincar com o câmbio. Quando menos se espera, as surpresas são negativas.  Já por conta da expectativa de mudança nos índices de inflação, os investidores puxaram as taxas de juros para cima nos mercados futuros. E os especialistas praticamente descartaram a possibilidade de o Banco Central continuar cortando os juros em 2020. Em dezembro a taxa básica (Selic) deve cair mais 0,5 ponto percentual, de 5% para 4,5% ao ano. E ponto.

Após ter operado em terreno positivo, chegando a 107.519,18 pontos na máxima da sessão, o Ibovespa fechou em baixa moderada, de 0,27%, a 106.269,25 pontos, tocando a marca de 106.282,48 na mínima, em dia de exercício de opções sobre ações. O volume financeiro ficou em torno de R$ 26,9 bilhões – considerando o vencimento que movimentou R$ 8,9 bilhões.

Pela manhã, predominou o ajuste positivo ao desempenho das ADRs de empresas brasileiras em Nova York na sexta-feira, quando não houve negócios por aqui, no feriado da Proclamação da República. O avanço foi revertido à tarde, em dia no qual Wall Street permaneceu bem perto da estabilidade, ante a falta de avanço nas negociações comerciais entre EUA e China.

“De ontem (segunda) para hoje (ontem), nova injeção de liquidez pelo BC da China, em meio a um prolongado ciclo de afrouxamento monetário por lá, chama atenção para o desempenho da segunda maior economia, já em desaceleração pela falta de solução para a disputa comercial com os EUA”, diz Renato Chaim, gestor na Arazul Capital.

Segundo ele, os fatores externos predominaram sobre os domésticos nesta abertura de semana na B3, com os investidores locais aguardando a atualização dos dados sobre a situação fiscal. “Com feriado no meio da semana, é natural que haja cautela, interferindo inclusive nos volumes”, acrescenta.

Fonte: EM.com.br

Redação


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