Em greve, servidores da educação reivindicam isonomia, 13° e piso salarial
Cerca de 150 servidores públicos da educação de Minas Gerais aproveitaram de uma audiência pública na manhã desta quinta-feira, na Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG), para protestar sobre a situação da classe. No encontro, que durou cerca de três horas e foi convocado pela deputada estadual Beatriz Cerqueira (PT), houve uma prestação de contas do secretário de Estado de Fazenda, Gustavo Barbosa. A educação estadual está em greve desde a última terça-feira.
Entre as reivindicações da categoria, está o pagamento de todo 13° salário de 2019 (19% da classe ainda não foi contemplada com o benefício), a aplicação do mínimo de 25% dos recursos tributários do estado na educação e o pagamento do piso nacional dos professores. Além disso, os funcionários pedem isonomia de tratamento.
“O governo não investiu o mínimo constitucional na educação, é uma prática de pegar o dinheiro da educação e fazer outros investimento. São mais de R$ 3 bilhões que deixaram de chegar em conta. E tem uma hipocrisia no ar. Como o governo não paga quase 20% do 13° de uma classe? Tem gente que não recebeu um centavo, e o governo tem a cara de pau de falar em sacrifício da educação. Empresário pedir sacrifício a professor? Isso é um escárnio”, disse a parlamentar.
O ponto de isonomia citado se refere ao fato de o governo de Minas Gerais ter enviado à ALMG, na última semana, um projeto de lei que prevê aumentos salariais a servidores da segurança pública. O reajuste, tratado como recomposição de perdas inflacionárias dos últimos cinco anos, seria escalonado e soma 41,7% até o fim de 2022, último ano do primeiro mandato do governador Romeu Zema (Novo).
“Na nossa avaliação, a audiência pública atendeu as expectativa e respondeu todas as questões colocadas. Se o projeto dos agentes chegar ao governo com a emenda, iremos reavaliar isso. No momento, só temos o projeto de lei. Só tem como avaliar isso”, analisou o secretário Gustavo Barbosa.
Na tarde desta quinta-feira, está prevista uma reunião da comissão de Fiscalização Financeira e Orçamentária (FFO). Resta ao projeto de reajuste dos agentes somente o parecer nesta comissão para ir ao plenário. O texto recebeu uma emenda que estende a readequação para toda categoria na última terça-feira, mas, desde então, nenhum encontro da FFO aconteceu.
Princípio de confusão
O parlamentar foi em direção a onde os servidores estavam concentrados, mas foi contido por seguranças da Casa e pelo deputado Gustavo Valadares. Depois, os ânimos se acalmaram e a reunião teve fim normalmente.
Fonte: EM