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Banco do Brasil antecipa linhas de crédito para próxima safra

Redação24 de março de 20205min0
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Com a pandemia do covid-19 no Brasil e com medidas drásticas adotadas para minimizar seu avanço, o Banco do Brasil acelerou a adoção de medidas de estímulo à contratação de crédito por produtores rurais.

João Rabelo, vice-presidente de Agronegócios e de Governo do Banco do Brasil,  afirmou que o banco começa a usar um sistema que permite a oferta personalizada de recursos aos agricultores e que disponibiliza linhas que seriam apresentadas na Tecnoshow Comigo (Feira de Tecnologia em Agronegócio), prevista para o período de 30 de março a 3 de abril em Rio Verde (GO), adiada por causa da pandemia.

O sistema analisa a base de clientes rurais e faz um levantamento de quais equipamentos cada produtor tem, para poder oferecer financiamentos para maquinário novo com as mesmas condições previstas para as feiras agrícolas. Esses recursos seriam usados na próxima safra, mas com o adiamento das feiras agrícolas, foi antecipado.

Uma das novidades que o Banco do Brasil apresentaria nas feiras e que foi disponibilizada a produtores,  é um montante alocado dentro da linha Investe Agro, destinado ao financiamento de pequenos silos e estruturas de estocagem, com taxa de 8,5% ao ano para amortização em até cinco anos e de 9% ao ano para o prazo de oito anos.

No início o Banco do Brasil ofertará R$ 1 bilhão para a linha, mas, segundo Rabelo, será possível aumentar o volume se houver demanda. Ainda dentro do Investe Agro, o BB liberou segunda-feira, 23, recursos para financiar a compra de sistemas de irrigação e de energia fotovoltaica.

Outra linha de crédito nova que o BB passa a disponibilizar agora se destina ao financiamento da estocagem da produção. Serão R$ 5 bilhões, que poderão ser tomados por produtores com taxa de juros a partir de 7,4% até 11% ao ano, dependendo do perfil de crédito do cliente, com prazo de 12 meses. Rabelo lembrou que o BB continua ofertando recursos para o pré custeio da safra 2020/2021.

O vice-presidente de Agronegócios do Banco do Brasil, não acredita que o avanço do Coronavírus vai comprometer a procura por estas e outras linhas de crédito.

“Nossa grande preocupação é sobre a possibilidade de fechamento de fronteiras dos Estados. Se isso acontecesse seria ruim, porque no Brasil se produz em um Estado e se exporta em outro, se beneficia em outro”, disse. À parte este fator, ele lembra que a safra 2019/20 “caminha muito bem”, com exceção do Rio Grande do Sul, que registrou quebra. “Continuamos com expectativa de safra recorde”, disse Rabelo.

Do lado da demanda por alimentos, ele não observou, até o momento, sinais de arrefecimento dentro ou fora do país. “No caso da soja, mesmo com todos os problemas que aconteceram na China, a demanda aumentou; não percebemos redução nas exportações. Internamente, até agora não percebemos queda no consumo de alimentos.” Os investimentos de modo geral podem cair, considera ele, tendo em vista que o cenário de incerteza pode levar os produtores a adiarem a decisão de compra de maquinário.

Assim como o Bradesco, o Banco do Brasil vinha ampliando convênios com concessionárias de máquinas agrícolas para que pudessem solicitar diretamente nas lojas financiamento para os produtores rurais. A integração do sistema do BB com as concessionárias começou no ano passado e foi intensificada nas últimas semanas, como forma de compensar o adiamento das feiras e os negócios que deixarão de ser fechados nos eventos.

Na última sexta-feira, 20, o presidente da Associação dos Distribuidores John Deere do Brasil (Assodeere), José Augusto Araújo, alertou que a paralisação de estabelecimentos comerciais em todo o País, atendendo a decretos estaduais e municipais, obrigará as concessionárias a fecharem suas portas.

Para garantir ao menos os serviços de pós-vendas, a Assodeere  e a Fenabrave (Federação Nacional da Distribuição de Veículos Automotores) estão enviando ofícios aos municípios solicitando autorização para que funcionários trabalhem em esquema de plantão, respeitando o distanciamento social. A ideia é que eles possam atender remotamente o agricultor e entregar peças necessárias, garantindo a colheita.

A resposta das autoridades tem sido positiva, segundo Araújo, mas as vendas de novas máquinas deve ser prejudicada pelo fechamento das lojas.

Fonte: Portal Onda Sul

Redação


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