Bombeiros recebem um chamado a cada 5 minutos para combater fogo em Minas
Do início da terça até as 18h do mesmo dia, a corporação registrou 199 solicitações para combate de focos de calor. Entre aquelas de maior destaque estavam os combates na Serra do Cipó, que depois de 10 dias, finalmente, resultaram no controle das chamas, e na mata do bairro Castelo, na Pampulha, em BH.
Cerca de 30% de todo o Parque Ursulina de Andrade Melo, no Castelo, já foi consumido pelas chamas. O fogo começou na manhã de segunda, mas já queimou 10 hectares de mata. “Na noite de segunda, foi utilizada a viatura Auto Plataforma Escada (APE), um caminhão composto por uma longa escada retrátil com um esguicho capaz de lançar água, para realizar o resfriamento da área não queimada, impedindo a passagem do foco principal de incêndio”, informou a corporação.
Ontem, 33 pessoas, entre brigadistas, militares e voluntários, participaram dos trabalhos na mata localizada em BH. No início da noite, o Corpo de Bombeiros permanecia no local com um efetivo de 10 pessoas. Elas monitoravam a área e também combatiam os focos ainda ativos com mangueiras, abafadores e bombas costais.
Serra do Cipó
Principal incêndio do estado nos últimos dias, a Serra do Cipó queimou novamente ontem, mas as chamas foram controladas no fim do dia. Segundo os bombeiros, um sobrevoo foi feito no local ontem e a tripulação não encontrou focos ativos. Ainda assim, a manutenção do monitoramento foi programada para toda a madrugada de hoje.
Chuva, ainda que breve, no décimo dia de operação foi sinal de otimismo e de ânimo para os brigadistas, bombeiros e voluntários que trabalhavam no local durante a tarde. As precipitações refrescaram os combatentes. Por aplicativos de troca de mensagens, brigadistas demonstraram emoção com a “ajuda de São Pedro”.
À reportagem, a corporação explicou que a intensidade e a duração da chuva, ocorrida nas proximidades da sede do parque, não foram suficientes para conter todos os focos de incêndio. Mesmo assim, o breve temporal deu “respiro” na batalha travada contra as chamas, que terminaram sendo dominadas mais tarde.
Para conter o fogo, o Corpo de Bombeiros contou com mais de 100 profissionais atuando na área. Um helicóptero e duas aeronaves sobrevoam os espaços atingidos pelo incêndio para monitorar a situação. Ontem, os bombeiros iniciaram as atividades às 6h. De acordo com o boletim do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), divulgado às 10h, um sobrevoo foi feito antes da distribuição das equipes de combate às chamas.
Duas frentes de fogo demandaram atenção ontem. Uma na região conhecida como Alto Palácio, onde está localizada uma parede rochosa de difícil acesso. O imponente conjunto de rochas tem entre 200 e 300 metros de altura. O combate foi feito somente com aeronaves. Outro ponto de preocupação era o Cânion das Bandeirinhas, onde vários pequenos focos resistiam.
Até ontem, o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) computou 1.688 focos ativos em Minas Gerais – 82,3% do total registrado em todo o 10º mês de 2019, apesar de considerar apenas cinco dias. Para efeito de comparação, houve um crescimento de 458% no comparativo entre os cinco primeiros dias de outubro deste ano com o mesmo intervalo de tempo do ano passado.
Historicamente marcado como auge dos incêndios em Minas Gerais, setembro também simboliza o tamanho do desastre ambiental de 2020. Foram detectados pelo Inpe 3.467 focos ativos no mês – o terceiro maior consolidado nos últimos 10 anos. Até o último balanço do órgão, Minas tinha seis reservas florestais em chamas. Três delas federais e outras três estaduais.
Em todo o ano, Minas registra 7.643 focos ativos de incêndio. A cidade mais atingida é João Pinheiro, no Noroeste do estado, com 175 focos. Na sequência, aparecem Uberaba (Triângulo) com 155; Paracatu (Noroeste) com 150; Jaíba (Norte) com 129; e Lassance (Norte) com 112.
Boa notícia
Depois de cinco dias de combates intensos, bombeiros e brigadistas conseguiram também dominar o incêndio que tomava conta do Parque Estadual do Itacolomi. A ocorrência deixou o céu de Ouro Preto, na Região Central do estado, tomado pela fumaça desde sexta-feira.
Ontem, 52 combatentes trabalharam no local, entre militares, brigadistas florestais e servidores do governo de Minas. Um helicóptero dos bombeiros auxiliava a equipe. A informação da extinção dos focos de incêndio foi dada pela informação por volta das 18h de terça-feira.
Outra ocorrência controlada pelos militares foi na Serra da Moeda. Uma linha de fogo de aproximadamente seis quilômetros tomou conta da série de montes. As equipes usaram abafadores, bombas costais e sopradores para combater as chamas.
Fonte: Estado de Minas