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Minas detecta circulação de 13 variantes do vírus

Redação9 de abril de 20219min0
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Monitoramento aponta que, até agora, as mutações mais preocupantes são as do Reino Unido e de Manaus. Nova linhagem está em análise

A Secretaria de Estado de Saúde de Minas Gerais (SES-MG) informou ontem que já circulam 13 variantes da COVID-19 no estado. Todas foram também identificadas em outros locais. No entanto, entre as mutações mais preocupantes estão a B.1.1.7, do Reino Unido, e a P.1, que surgiu em Manaus. O vírus causador da COVID-19, Sars-CoV-2, e suas variantes estão sendo monitorados pela Fundação Ezequiel Dias (Funed), pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) e Rede Corona-Ômica BR-MCTI, representada pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG).

Na quarta-feira, os cientistas divulgaram o resultado de uma possível nova variante na Região Metropolitana de Belo Horizonte. Apesar disso, a SES-MG reforça que são necessários estudos complementares para identificar se essas mutações estão associadas a alguma alteração biológica do vírus, que possivelmente se originou da antiga linhagem B.1.1.28, que circulava na capital, e adquiriu novas mutações ainda não descritas.

A possibilidade de mais uma variante, além das 13 já identificadas, é motivo de preocupação entre especialistas. A reportagem do Estado de Minas ouviu autoridades na área de saúde ontem, que defendem uma coordenação nacional que implemente um lockdown em todos os estados, para frear a transmissão do vírus, e ainda uma ampliação do sequenciamento do vírus da COVID-19 em BH, para garantir maior monitoramento da possível nova variação.

A SES-MG garante que tem ampliado as ações de vigilância genômica do coronavírus e reforça que as medidas de distanciamento social são fundamentais para controlar a transmissão do coronavírus e conter a disseminação das variantes.

REINFECÇÃO

Outra preocupação dos cientistas e autoridades sanitárias no Brasil e no mundo tem sido a reinfecção pelo novo coronavírus. Estudo coordenado pelo Centro de Desenvolvimento Tecnológico em Saúde da Fundação Oswaldo Cruz (CDTS/Fiocruz) constatou quatro casos de reinfecção por COVID-19 em que os pacientes tiveram sintomas mais fortes da doença na segunda contaminação, apesar de os dois episódios terem sido considerados leves, sem hospitalização. Em ao menos um desses casos, a reinfecção foi provocada pela mesma variante do primeiro episódio.

”Uma parcela da população que teve a doença branda no primeiro episódio pode voltar a ter COVID-19 depois de algum tempo, e não necessariamente ela será branda de novo”

Thiago Moreno, virologista do CDTS/Fiocruz

 

A pesquisa será publicada na forma de artigo científico na revista Emerging Infectious Disease (EID), do Centro de Controle e Prevenção de Doença dos Estados Unidos (CDC). Além da Fiocruz, participaram pesquisadores da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), do Instituto D’Or de Ensino e Pesquisa (Idor) e da empresa chinesa MGI Tech Co. Segundo o coordenador do estudo, o virologista Thiago Mo- reno, do CDTS/Fiocruz, a constatação reforça que uma parcela da população que tem a doença na forma branda não desenvolve memória imunológica.

“Demonstramos que um grupo de pessoas com sintomatologia leve para COVID-19 teve um segundo episódio da doença um pouco mais forte, porque não foi capaz de gerar uma imunidade de memória depois da primeira infecção. Assim como vários casos brandos de COVID-19, esses indivíduos tiveram o controle dessa primeira infecção pela resposta imune inata, aquela que não forma uma memória consistente e de longo prazo”.

Os testes realizados mostraram que a defesa do organismo com base em anticorpos só foi formada nesses indivíduos após a segunda infecção. “Isso mostra também pra gente que uma parcela da população que teve a doença branda no primeiro episódio pode voltar a ter COVID-19 depois de algum tempo, e não necessariamente ela será branda de novo”.

Moreno explica que a possibilidade de reinfecção com sintomas mais contundentes se dá independentemente de o indivíduo contrair a mesma variante do novo coronavírus ou uma nova. “A reinfecção pelo novo coronavírus é possível, e isso é algo similar com o que acontece com coronavírus sazonais humanos e até alguns coronavírus veterinários”, diz o pesquisador.

Os pesquisadores envolvidos no estudo acompanharam um grupo de 30 pessoas de março a dezembro de 2020 com testagens semanais. O objetivo do estudo não era investigar a reincidência da COVID-19, e sim monitorar a segurança do grupo em seu local de trabalho. Diante das suspeitas de reinfecção constatadas, os cientistas se debruçaram sobre esses casos e comprovaram, por meio de sequenciamento, duas reinfecções. Nas outras duas, não havia material genético suficiente para o sequenciamento, mas os episódios da doença tiveram meses de intervalo com testes negativos.

Thiago Moreno ressalta que o estudo não foi desenhado para ter representatividade estatística, o que significa que não é possível extrapolar a proporção de pessoas reinfectadas para toda a população. Além disso, ele acrescenta que, apesar de o estudo ter constatado sintomas mais contundentes no segundo episódio de COVID-19 entre os quatro pesquisados, isso não permite interpretar um padrão para os casos de reinfecção.

As quatro pessoas que se reinfectaram com a doença não precisaram ser internadas em nenhum dos dois episódios e tiveram casos considerados brandos em ambos. Para o pesquisador, quanto mais brando for o quadro de COVID-19, maiores são as chances de a memória imunológica não ser capaz de neutralizar o vírus em um segundo contato.

PREVENÇÃO

Moreno recomenda que pessoas já infectadas mantenham os cuidados para a prevenção da doença e explica que mesmo os exames laboratoriais comuns que permitem a detecção de anticorpos não são capazes de determinar se o corpo formou defesas neutralizantes.

“O que esses testes, em geral, não medem é se essa memória vai servir para a gente só como um traço para saber se foi exposto ao vírus ou se é uma memória neutralizante, capaz de bloquear a infecção viral. Tem uma diferença de magnitude muito grande entre ter detecção de anticorpos e esses anticorpos de fato te protegerem contra a infecção”, explica ele, que acrescenta que não se surpreenderia se os casos de reinfecção relatados no estudo tivessem um terceiro episódio de COVID-19. “Não agora por não ter feito essa memória, mas porque a sustentação dessa memória pode ser curta”. (Com  agêenciasl)

Fonte: Estado de Minas

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