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Terceira onda de Covid em Minas Gerais pode ser pior, alerta infectologista

Redação10 de maio de 20217min0
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Apesar da vacinação, estimativa é de um novo pico entre junho e julho. Estudo da Universidade de Washington diz que Brasil pode chegar a 600 mil mortos pela Covid em agosto

Nos meses de março e abril de 2021, 15.438 moradores de Minas Gerais perderam a vida por causa da Covid-19. Esse número corresponde a 44,3% de todos os óbitos registrados em 14 meses de pandemia, deixando claro que a segunda onda foi mais devastadora do que a primeira, ocorrida em meados do ano passado. Os indicadores estão melhorando pouco a pouco, mas a população não pode relaxar, acreditando que o pior já passou.

Mas o Estado poderá vivenciar uma terceira onda da doença ainda mais mortal em breve, de acordo com Unaí Tupinambás, infectologista e professor da Faculdade de Medicina da Universidade Federal de Minas Gerais. A previsão de um pico ainda pior entre final de junho e início de julho está baseada nos dados da atualidade, ainda em patamares muito altos.

“Temos ainda muitas pessoas suscetíveis à infecção e temos uma variante (P1) que tem possibilitado uma transmissão mais fácil. E as pessoas estão cansadas e flexibilizando. Você vê, infelizmente, muitas festas e flexibilizações ainda desnecessárias”, diz o infectologista. Ele lembra ainda que o ritmo da vacinação está muito lento ainda no país. E, mesmo nos países em que a imunização acontece de maneira mais acelerada, o nível de transmissão do coronavírus ainda não está totalmente controlado.

“Mesmo nos Estados Unidos ainda há muitos casos. O Chile, país que mais vacinou na América Latina, teve de fazer uma restrição de mobilidade por causa do aumento de casos. A vacinação sozinha não vai dar conta de segurar a terceira onda. Temos que ter vacina e medidas de segurança, como o uso de máscaras, duas se possível”, explica Tupinambás.

Próximos meses

O alerta é válido para todo o país. Uma projeção elaborada pelo Departamento de Saúde Pública do Institute for Health Metrics and Evaluation (IHME), da Universidade de Washington, em Seattle, indica que o Brasil poderá atingir a marca de 600 mil mortes por Covid. Neste momento, foram confirmados mais de 422 mil óbitos, segundo o Ministério da Saúde.

Para o secretário de Saúde do Estado de Minas Gerais, Fábio Baccheretti, a possibilidade de uma nova onda no meio do ano é real, mas ele acredita que ela não terá um número de casos e mortes superior ao registrado entre março e abril.

“Estamos atentos a essa possibilidade. Eu, pessoalmente, não acredito em uma terceira onda com pico tão alto quanto o que vivenciamos agora, pelo crescimento da vacinação. Mas acredito que pode, sim, haver novo pico, pelo comportamento da população, porque todos estão muito cansados, e estamos preparando o Estado para esse momento”, diz o secretário, acrescentando que a pasta já se adiantou em relação às demandas por UTIs, kits para intubação e oxigênio.

Segundo o secretário de Saúde de Belo Horizonte, Jackson Machado, o município tem insumos, leito e pessoal disponíveis para enfrentar uma possível terceira onda.

Ambientes fechados

Para o pesquisador Marcelo Gomes, que coordena o programa Infogripe da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), o inverno não deve ser o fator determinante para uma possível terceira onda. “Nos Estados da metade sul do país, há tipicamente um volume maior de casos de doenças respiratórias no inverno. Mas, no caso da Covid, o que afeta mesmo não é o ambiente, mas a maneira com as pessoas se expõem ao vírus. Tanto que tivemos na primavera um pico maior do que no inverno do ano passado”, explica.

Mesmo assim, o inverno sempre é uma época de maior transmissão de viroses porque as pessoas tendem a estar em ambientes menos ventilados. “Nos Estados mais frios, quando as pessoas se encontram, elas preferem um ambiente aberto ou um quentinho? E a transmissão em local fechado é muito maior”, diz Gomes.

Gomes afirma que não é possível prever se a terceira onda será pior, porque há muitos fatores que podem interferir no aumento dos casos. “O grande problema é que o patamar da epidemia ainda está muito alto e qualquer subida na curva faz a situação piorar com muita rapidez e gravidade”, lembra.

Negação

Embora os especialistas e a imprensa façam alertas diários sobre os riscos do coronavírus desde o início do ano passado, muita gente insiste em não seguir as medidas de segurança. Pelo país, espalham-se casos de festas clandestinas, pessoas que não usam máscaras e encontros familiares em espaços pouco arejados.

Mas por que tanta gente se arrisca, mesmo com todos os alertas de que a situação da pandemia pode piorar? A psicóloga Lívia Pires explica que tudo no Brasil neste momento remete a perdas – da saúde, dos entes queridos, da liberdade, da esperança, do dinheiro, de sonhos, de clientes. E isso leva a um processo de luto que não está sendo trabalhado psicologicamente por boa parte da população. “Segundo a psiquiatra suíça Elisabeth Kübler-Ross, existem estágios de luto após a perda. Primeiro vem a negação, depois a raiva e a tristeza. E muitos hoje vivem o estágio da negação, não aceitam a realidade”, explica Lívia.

Para ela, isso pode ser perigoso. “A pessoa que nega não quer se envolver emocionalmente com as perdas. E a consequência disso é catastrófica, porque quem nega um problema não sabe atuar sobre ele”.

Fonte: O Tempo

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