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Área queimada em Minas nos últimos oito meses já supera média histórica anual

Redação9 de setembro de 20217min0
Foto-Corpo-de-Bombeiros
Dados do IEF sobre unidades de conservação e entornos apontam que 8.013 hectares foram atingidos pelas chamas até o dia 30 de agosto. Só nos oito primeiros dias do mês, pelo menos quatro focos de incêndio são registrados no estado a cada hora pelo Inpe

No período de estiagem, a combinação de baixa umidade do ar, altas temperaturas e vegetação seca favorece a propagação dos incêndios, que em 99% dos casos são provocados pela ação humana, segundo o Instituto Estadual de Florestas (IEF). Neste ano, a situação das queimadas é ainda pior em Minas Gerais, mostram dados do órgão sobre as unidades de conservação e entornos. Conforme o instituto, já foram destruídos pelas chamas 8.013 hectares até 30 de agosto, índice acima da média histórica para todo o ano, de 7.348 hectares.

No período, ocorreram 462 ocorrências em parques estaduais, áreas de proteção ambiental e reservas. O número é quase 50% da média registrada para todo o ano entre 2013 e 2020. E para o mês de setembro, o alerta é maior por conta do agravamento da seca. Com o apoio de brigadistas e do Corpo de Bombeiros, as chamas eram combatidas na última quarta (8) em pelo menos 11 unidades do estado, localizadas nas regiões Metropolitana, Sul de Minas, Central, Norte e Campo das Vertentes.

De acordo com o Instituto de Pesquisas Espaciais (Inpe), só nos oito primeiros dias do mês, os satélites captaram quatro focos de incêndio por hora em Minas Gerais, o terceiro pior índice do país. Ao todo, foram 763 registros, quase 14% de tudo o que foi levantado no ano – foram 5.423 focos, sendo 93% a partir de abril. Só no feriadão da Independência, os bombeiros atenderam quase 740 ocorrências até a última terça-feira (7). Na Serra do Gandarela, que também é de preservação ambiental, o fogo destruiu cerca de 235 hectares.

Entre os focos ainda não controlados, estão os incêndios que afetam a Serra de São José, entre Tiradentes e Coronel Xavier Chaves, no Campo das Vertentes, há três dias. “Todo incêndio florestal em área de terreno em declive gera dificuldades. Geralmente, o acesso não é feito por carros e é necessário caminhar longas distâncias. O terreno é pedregoso, então o combate também é muito desgastante. E as chamas se estenderam muito rápido”,  frisou o gerente de Prevenção e Combate a Incêndios Florestais do IEF, Rodrigo Bueno Belo.

Mesmo com quatro aviões, helicóptero e um efetivo de 33 pessoas no combate às chamas, os focos se alastram rapidamente e prejudicam os trabalhos. Segundo Bueno, também há incêndios em outras regiões do estado que preocupam. “Além de São José, temos muitos incêndios nas serras de Papagaio (Baependi, Alagoa e Pouso Alto) e de Ouro Branco, sendo esse último iniciado agora. Nessa época do ano, descartamos quase que totalmente que as ocorrências sejam por causas naturais”, explicou.

Recuperação das áreas pode levar décadas

Diferentemente do cerrado, o especialista lembrou que a recuperação das áreas devastadas na mata atlântica é ainda mais lenta e pode levar mais de 20 anos. “É um bioma de floresta úmida, que não tem as características do cerrado, como as árvores com cascas mais espessas, galhos retorcidos, que protegem do calor do fogo. Mesmo em um incêndio de baixa intensidade, ele queima o caule da árvore e impede que ela fique nutrida com a seiva”, pontuou.

Apesar de ser mais adaptado às chamas, o gerente do IEF pontuou que os danos ao cerrado também podem ser grandes. “A ação humana alterou o regime do fogo nesse bioma. Antes, aconteciam no período de chuvas, por conta de raios, e eram de baixa intensidade por conta da umidade. Mas agora acontecem principalmente na época de seca e são extremamente danosos”, enfatizou.

Clima quente e seco deve seguir no estado

O meteorologista do Geoclima, Heriberto dos Anjos, disse que a previsão é que o tempo permaneça seco e quente, com temperaturas máximas acima dos 30ºC e umidade do ar abaixo de 30%, pelo menos até o fim de setembro. “Isso é o efeito da massa de ar quente e seca, que atua sobre o estado e impede o avanço das frentes frias, que ficam mais ao Sul do Brasil”, destacou. Há cerca de 100 dias, não há volumes significativos de precipitações em Minas.

“Não há nenhuma tendência de mudança, mas o quadro pode alterar. As chuvas só devem voltar a partir da primeira semana de outubro”, disse. A névoa seca que toma conta da região metropolitana ao longo do dia também deve continuar. “Esse fenômeno normalmente ocorre em função dos focos de queimadas que estão sendo registrados na região metropolitana. Você tem duas componentes, que são os focos de queimada e a ausência de chuva, que faz com que a qualidade do ar fique muito baixa”.

Parques e reservas que seguem com incêndios:

– Parque Estadual Serra do Papagaio, em Baependi, Alagoa e Pouso Alto
– Parque Estadual Serra do Ouro Branco, em Ouro Branco;
– Área de Proteção Ambiental Rio Pandeiros, em Bonito de Minas
– Reserva Biológica (Rebio) Serra Azul, em Jaíba
– Parque Estadual Serra do Cabral, em Buenópolis e Joaquim Felício
– Parque Estadual Serra das Araras, em Chapada Gaúcha
– Reserva de Desenvolvimento Sustentável Veredas do Acarí, em Chapada Gaúcha
– Área de Proteção Ambiental (APA) Alto do Mucuri, em Ladainha
– Área de Proteção Ambiental (APA) Cochá e Gibão, em Bonito de Minas
– Parque Estadual Floresta da Baleia, em Belo Horizonte
– Refúgio de Vida Silvestre Libélulas Serra de São José, em Coronel Xavier Chaves

Fonte: O Tempo

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