• muzambinho.com.br
  • Muzambinho.com
  • Muzambinho.com
  • loja.muzambinho.com

Covid pode ter levado à subnotificação de dengue, zika e chikungunya

Redação18 de outubro de 20217min0
mosquito-dengue-49141-1920
Remanejamento de profissionais para tratar pandemia é uma das causas apontadas pela Fiocruz

A pandemia de Covid-19 pode estar causando a subnotificação de doenças como dengue, zika e chikungunya em todo o mundo. Esta é a conclusão de um seminário realizado pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) no fim de setembro.

Durante o evento, o diretor do Departamento de Doenças Transmissíveis e Análise de Saúde da Organização Pan-Americana da Saúde (Opas), Marcos Espinal, destacou o remanejamento de profissionais da saúde, o que pode ter contribuído para essa subnotificação.

“O Brasil é um país grande, populoso e com um grande sistema de vigilância. Mas vimos a vigilância das arboviroses cair não só no Brasil, mas também em outros países, com os trabalhadores de saúde sendo deslocados para o combate à Covid”, observou Espinal.

Em Belo Horizonte, o número de casos de arboviroses registrados teve um pico em 2019, um dos maiores surtos da série histórica, e apresentou queda nos últimos dois anos.

Na epidemia de 2019, a capital mineira teve 115.456 casos confirmados de dengue e 34 óbitos em razão da doença. Já a chikungunya atingiu 78 pessoas, sem nenhum óbito, de acordo com dados disponíveis no portal da Prefeitura de Belo Horizonte (PBH).

No primeiro ano da pandemia da Covid-19, em 2020, o número de casos confirmados de dengue em BH caiu para 4.751, com uma morte. Já os registros de chikungunya reduziram-se para 38.

Em 2021, até 24 de setembro, a prefeitura havia confirmado 821 casos de dengue e 45 de chikungunya.

Além do caráter cíclico dessas doenças, que apresentam picos a cada três ou cinco anos, a queda nos registros de arboviroses pode ter relação com o direcionamento de recursos humanos e materiais para o combate ao coronavírus.

O infectologista Leandro Curi, que atua na linha de frente do combate à pandemia em Betim, na região metropolitana de Belo Horizonte, explica que o fenômeno pode ser provocado por uma “confusão clínica”, devido à semelhança dos sintomas das enfermidades causadas pelo Aedes aegypti com os do coronavírus.

“As arboviroses têm picos, depois se acalmam, isso é histórico no Brasil. Isso acontece naturalmente. Outro fator é que a Covid tem manifestações semelhantes às da dengue, chikungunya. Até elas se diferenciarem, existe um fator de confusão clínica”, diz.

Fim do isolamento pode gerar alta nos casos de arboviroses

O isolamento social também pode ter contribuído para a queda nos registros oficiais de casos de arboviroses no país, avalia o professor de medicina da UFMG Enio Roberto Pietra Pedroso.

“A possibilidade de subnotificação é real, o que pode estar relacionado à suspensão das visitas de casa em casa, temor de pacientes e suas famílias de procurar Unidades de Pronto- Atendimento devido ao risco de se contaminarem pelo coronavírus”, afirma.

No ano que vem, a flexibilização do isolamento social pode contribuir para a elevação do número de casos de arboviroses registrados.

“É possível que, no próximo ano, ocorra aumento de casos de arboviroses não só pelo maior movimento das pessoas, presença de criadouros do mosquito não convenientemente identificados nem eliminados, mas também pelo menor investimento em epidemiologia para o seu controle”, acrescenta Pedroso.

Até drones são usados para a prevenção em BH

A PBH informou que mantém permanentemente ações de vigilância e combate às doenças transmitidas pelo Aedes aegypti. Cerca de 4 milhões de vistorias foram realizadas em 2020.

Em 2021, até agosto, foram cerca de 3 milhões. As visitas têm caráter educativo e seguem protocolos de prevenção ao coronavírus, segundo a Secretaria Municipal de Saúde.

Além disso, em 2020 foi assinado um termo de cooperação para o uso de drones, para a aplicação de larvicida nos locais de risco.

Até o momento, foram realizados 89 sobrevoos, com a identificação de 6.784 prováveis focos. A PBH também liberou mosquitos com o micro-organismo Wolbachia, que reduz a transmissão pelo Aedes aegypti.

Já o governo do Estado informou que, para evitar um boom de casos de doenças como a dengue no próximo período chuvoso, a Secretaria de Estado de Saúde (SES-MG) vem adotando medidas como a compra de medicamentos, a solicitação de inseticidas ao Ministério da Saúde e o monitoramento semanal de casos de arboviroses.

Quais os sintomas de cada doença?

Dengue

  • Febre: sempre presente
  • Dor nas articulações: quase sempre
  • Manchas vermelhas na pele: podem estar presentes
  • Coceira: leve
  • Vermelhidão nos olhos: não está presente

Chikungunya:

  • Febre: quase sempre
  • Dor nas articulações: presente em 90% dos casos
  • Manchas vermelhas na pele: pode estar presente
  • Coceira: presente de 50% a 80% dos casos
  • Vermelhidão nos olhos: pode estar presente

Zika:

  • Febre: pode estar presente (baixa)
  • Dor nas articulações: dores leves
  • Manchas vermelhas na pele: quase sempre
  • Coceira: de leve a intensa
  • Vermelhidão nos olhos: pode estar presente

Covid-19:

  • Febre: comum
  • Dor de cabeça: às vezes
  • Cansaço: às vezes
  • Manchas vermelhas: não
  • Dor de garganta: às vezes
  • Tosse: comum
  • Dores no corpo: às vezes
  • Falta de ar: às vezes

Fontes: Ministério da Saúde e Fiocruz

  • Muzambinho.com
  • Muzambinho.com
  • Aki Tem Muzambinho

Deixe um Comentário

Seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios estão marcados com *