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Reclamações sobre empréstimos não solicitados crescem 79,2%

Redação25 de outubro de 20215min0
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Nos últimos nove meses, foram registradas mais de 98 mil contestações sobre crédito consignado no Brasil

Só neste ano, a aposentada Benedita Miranda, 68, já teve quatro empréstimos não solicitados descontados em sua aposentadoria. Foram quase R$ 6.000 de prejuízo, ligações e muita dor de cabeça para tentar resolver o problema e que, no fim das contas, não adiantaram muita coisa. Depois de passar mal e ir ao médico com a pressão alta ao ver o nome sujo, hoje, a dona de casa continua pagando uma parcela de R$ 300 de um empréstimo que jamais pediu e convive ainda com as ligações constantes dos telemarketings.

“Eu fiquei descontrolada quando eu vi, fiquei doente, pensando como ia pagar. Eu nunca fiz uma dívida na minha vida. Em três empréstimos eu consegui devolver o dinheiro a tempo, antes de gastar, mas, no primeiro, eu confundi com um adiantamento do 13º e acabei gastando e agora estou pagando”, desabafa a aposentada que, após os episódios, baixou o aplicativo do banco no celular e aprendeu com o filho a conferir o extrato todos os dias.

“É o único jeito, porque bloquear a ligação desse povo não adianta. São, em média, seis por dia. Eu não aguento mais ir ao banco também e ninguém me ajudar, além de ficar três horas no telefone a cada vez que tento resolver o problema. Eu só quero paz”, confessa a dona de casa.

Assim como Benedita, o número de consumidores surpreendidos com empréstimos consignados tem crescido exponencialmente em todo o país. De acordo com a Secretária Nacional do Consumidor, o número de reclamações sobre o assunto no país aumentou 147% nos últimos dois anos. Nos últimos nove meses, as reclamações apresentaram alta de 79,2% na comparação com o mesmo período de 2020, quando 54.701 queixas foram registradas nos Procons de todo o Brasil.

O advogado especialista em direito do consumidor Felipe Salomão afirma que qualquer pessoa que for lesada tem o direito de acionar o Poder Judiciário e solicitar que aquele contrato seja declarado inexistente e os valores descontados sejam devolvidos em dobro. “O consumidor pode também requerer uma indenização por danos morais, afinal de contas é uma conduta abusiva e criminosa dos bancos. A pessoa que foi lesada tem até cinco anos para acionar a Justiça, só que nós orientamos que isso seja feito de forma imediata, até mesmo para demonstrar a sua boa-fé”, ressalta.

Minas tem mais de 11 mil vítimas

Segundo a Polícia Civil, empréstimo não solicitado é crime de estelionato. Em Minas Gerais, de janeiro a agosto deste ano, 11.614 idosos foram vítimas de estelionato, um aumento de 35,6% em relação ao mesmo período do ano passado, quando 7.480 casos foram registrados. Em Belo Horizonte, segundo a Secretaria de Estado de Justiça e Segurança Pública (Sejusp), o crescimento de estelionatos em que as vítimas têm mais de 60 anos foi de 62% nos oito primeiros meses deste ano na comparação com 2020.

Para o advogado Felipe Salomão Costa, a orientação é que os clientes lesados procurem a delegacia e façam um boletim de ocorrência. “O registro é essencial para que a polícia possa investigar esses casos. Sabemos que as punições são brandas, o que acaba sendo um atrativo para continuidade das fraudes, tendo em vista que é muito lucrativo. É importante ressaltar que empréstimo não solicitado pode configurar como estelionato ou apropriação de proventos e pensões, previsto no estatuto do idosos”, explica.

O advogado alerta ainda que, para se proteger, é importante que os consumidores fiquem atentos às ligações e mensagens oferecendo empréstimos. “Se receber alguma oferta, grave o dia e o horário da ligação e não apague as mensagens recebidas, pois esses dados podem ajudar em caso de um possível processo judicial”, alerta.

Fonte: BBC News

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