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Trabalho informal ou autônomo cresce e chega a 34% em Minas

Redação15 de dezembro de 20215min0
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Segundo a pesquisa DATATEMPO, 37,8% das pessoas não vão receber o 13º salário; o índice supera os 27% de funcionários que ocupam cargos em regime CLT

Mais pessoas trabalhando sem vínculos  trabalhistas, como microempreendores individuais (MEIs) ou na informalidade em Minas Gerais. Essa é uma realidade apontada na pesquisa do instituto DATATEMPO. Somados, os percentuais de profissionais autônomos e de pessoas que atuam sem carteira assinada contabilizam 34,6% dos entrevistados. O índice supera a fatia de 27,9% de trabalhadores que ocupam cargos em regime conforme a lei trabalhista do Brasil (CLT).

A busca por atuação fora do mercado convencional é uma saída para muitos, mesmo que represente a perda de alguns direitos trabalhistas, como o 13º. Segundo a pesquisa, 37,8% das pessoas que responderam à pesquisa não vão receber o benefício natalino. O cenário, segundo a analista de pesquisa do DATATEMPO Jaqueline Hansen, mostra que há uma dificuldade de criação de políticas efetivas para geração de emprego. Em função da combinação de crises, econômica e sanitária, muitos brasileiros perderam seus empregos formais, muitas empresas fecharam, e, mesmo com avanço da vacinação, a formalidade dos empregos não foi ainda plenamente recuperada”, pondera a analista.

Para esse público, o intervalo entre o final de um ano e o início de outro é um momento de atenção às finanças e às demandas de mercado, segundo o analista técnico do Sebrae-MG Wagner Nogueira.

Ele destaca que o mercado informal, atualmente, é uma alternativa até mesmo para quem atua em regime CLT, mas busca uma renda extra. “Ao mesmo momento em que há mais consumo, o mercado também fica mais competitivo”, atesta. Segundo ele, outro desafio dos microempreendedores é a limitação de mão de obra e de capacidade produtiva. “Quem já está no mercado precisa se organizar para absorver a demanda do final de ano”, aconselha.

A microempreendedora Daniela Moreira, 37, atua fora do regime CLT desde março de 2020 quando criou a Dany Mor Shoes. De lá pra cá, o que antes era uma fonte extra de recursos, tornou-se a principal forma de ganhar dinheiro, com a criação de uma loja virtual para comercializar sapatos femininos.

Formada em serviço social, ela sempre recebeu o 13º e usou para pagar os boletos de janeiro. Mas agora busca maneiras de ampliar a renda. “Como o mercado está um pouco mais aquecido, porque as pessoas voltaram a sair, retomaram as rotinas, a minha forma de garantir o 13º é aproveitar dezembro para vender o máximo possível. Só que, ao mesmo tempo, tendo mais vendas preciso comprar mais produtos e tenho despesa maior com fornecedor”, contou.

Fora da CLT

Atualmente, no Brasil, são 52 milhões de pessoas trabalhando na informalidade ou por conta própria, segundo pesquisa realizada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Essa situação impõe inúmeros desafios ao país.

“Eu trabalhei minha vida inteira com carteira assinada, com renda fixa e trabalhando dentro de um orçamento variável”, destaca a microempreendedora Daniela Moreira, 37.
Outro obstáculo é na precificação, segundo o artesão William Santos, que trabalha na Feira Hippie de Belo Horizonte há 44 anos. “O que ganhamos em dezembro está longe de cobrir todos os gastos que temos”, avalia.

Para o professor e diretor do Centro de Liderança da Fundação Dom Cabral, Paul Ferreira, a busca por trabalho fora do regime CLT pode se tornar uma tendência nos próximos anos.

“Estamos observando um número crescente de pessoas que começam a trabalhar, não necessariamente em regime CLT. Os jovens têm buscado startups, outros setores, em vez de procurarem vagas no serviço público e iniciativa privada”, opinou.

Abrangência 

A pesquisa DATATEMPO realizou 1.404 entrevistas domiciliares em todas as regiões de Minas Gerais entre os dias 26 de novembro e 1º de dezembro, com nível de confiança de 95% e margem de erro de 2,62 pontos percentuais.

Fonte: O Tempo
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