Volta às aulas deverá ser presencial mesmo com avanço da Covid em Minas
Até 7 de fevereiro, quando as aulas retornam na rede estadual, pouco mais de 370 mil estudantes de 5 a 11 anos vão ter recebido a primeira dose de vacina contra a Covid-19
A volta às aulas na rede pública de ensino deve se manter, presencialmente, como terminou 2021 em Minas Gerais, mesmo com a crescente de casos de Covid-19. O protocolo em questão foi elaborado em novembro do ano passado, quando ainda não havia circulação da variante ômicron, e prevê 100% dos alunos presencialmente nas escolas, sem o distanciamento entre as carteiras nas salas, e com a obrigatoriedade do uso de máscaras. O regulamento também diz que o retorno dos alunos ao modelo presencial é obrigatório.
Na rede estadual, as atividades escolares serão iniciadas com a presença dos estudantes em 7 de fevereiro. Até lá, o Estado deve ter imunizado pouco mais de 370 mil crianças, cerca de 20% do público total de 5 a 11 anos, com a primeira dose contra o coronavírus. A situação gera preocupação aos professores e trabalhadores da educação na rede pública. Por outro lado, as instituições particulares afirmam que as escolas devem ser abertas, mas respeitando protocolos definidos pelo poder público.
O sindicato ainda diz que o cenário atual de transmissão do vírus e de ocupação de leitos deve ser levado em consideração para a organização da volta às aulas. No ano passado, segundo o Sind-UTE, sem a incidência da ômicron, escolas estaduais já precisaram ser fechadas por surtos de Covid. “Se é arriscado o retorno presencial, traz riscos à categoria e à comunidade, nós queremos que seja protelado com uma democratização do acesso à internet aos estudantes”, acrescentou Denise.
A Secretaria de Estado de Educação, por meio de nota, disse que a mudança no protocolo vai depender do cenário epidemiológico da doença em Minas. Conforme a pasta, o acompanhamento será feito pela Secretaria de Estado de Saúde, com deliberações do comitê extraordinário Covid-19. Na semana passada, o secretário de Estado de Saúde, Fábio Bacchereti, disse, em coletiva, que não descarta restrições em Minas, mas que a escola é um ambiente controlado e essencial.
Questionado sobre o assunto, o presidente do Sindicato das Escolas Particulares de Minas Gerais (Sinepe/MG), Winder Almeida de Souza, informou que as instituições privadas vão seguir os protocolos municipais em que estão inseridas. A entidade estruturou um comitê de saúde, que estuda protocolos sanitários. “Esperamos que tenham sensibilidade e aprendido que escola é essencial e que o lugar mais seguro é dentro de uma sala de aula”, ressaltou.
Restrições fora das escolas
Para a professora do Departamento de Medicina Preventiva e Social da UFMG Aline Dayrell o benefício da manutenção das escolas abertas para o retorno presencial é maior que os riscos. “As crianças seguem sendo afetadas, mas têm um comprometimento de saúde menor”, explica. “É preciso entender a complexidade de se fechar escolas, mas com outros ambientes públicos abertos como as praças, clubes, locais em que o uso de algum protocolo é mais difícil, enquanto nas escolas se consegue seguir um protocolo mínimo”, analisou.
Em Belo Horizonte, segundo a secretaria Municipal de Educação, o retorno presencial às escolas segue mantido, com as mesmas diretrizes de 2021, em que foi autorizado o retorno total dos estudantes, reduzindo o distanciamento nas salas e demais espaços, mas mantendo o uso de máscaras e higienização das mãos.
Fonte: otempo.com.br