Pandemia: educação remota foi fundamental para desenvolvimento infantil
No dia 24 de janeiro comemora-se o Dia Internacional da Educação. A data foi proclamada pela Assembleia Geral das Nações Unidas em dezembro de 2018. O intuito da efeméride é reconhecer o papel fundamental da educação e aumentar a cooperação internacional em prol de sua efetivação. Atualmente, o setor passa por transformações devido a COVID-19, que evidenciam novos desafios e ressaltam a necessidade de debater o tema.
De acordo com relatos de especialistas, os alunos enfrentam desafios diferentes conforme as idades. O youtuber Tiago Morais relata como foi o processo de aprendizado da sua filha na instituição Teia Multicultural: “eu assisti a Manuh ser alfabetizada literalmente pela internet. Ela começou o ano sem saber ler, mas conseguiu aprender de forma totalmente remota”, relata o pai da criança que cursou em 2020 o primeiro ciclo do ensino fundamental.
Entretanto, nem todos os pais aderiram ao ensino remoto, contextualiza Lucas de Briquez, Diretor Administrativo da Escola Teia Multicultural: “nossa instituição perdeu muitos alunos no segmento infantil. Como o processo escolar não é obrigatório para essas crianças, muitas famílias preferiram deixar os filhos fora da escola”, afirma.
Georgya Corrêa, Diretora Pedagógica da Teia Multicultural, explica que o ensino remoto deve ser pensado considerando as características específicas vividas no ciclo de vida do aluno: “os pré-adolescentes foram profundamente prejudicados, porque sentem muita falta da socialização. Ao mesmo tempo, eles são bastante suscetíveis aos problemas emocionais”, pontua. A pedagoga ressalta que é uma fase de mudanças complexas na vida do indivíduo, onde ele passa a necessitar e buscar mais contato social com colegas.
Concomitantemente, essa faixa etária também é marcada pelo desenvolvimento do senso crítico e personalidade. Lucas de Briquez, narra que a instituição recebeu novos alunos pré-adolescentes, cujo a maioria estava insatisfeita com as metodologias aplicadas pelas escolas de origem.
“Mesmo online, diversas instituições aplicaram metodologias de ensino antiquadas e com poucos recursos interativos. Isso fez com que os alunos não conseguissem se manter atentos ao processo educacional, então eles iniciaram a busca por algo novo, ou seja, a mudança para um ambiente escolar com uma metodologia mais inovadora”, contextualiza o Diretor Administrativo Lucas de Briquez, que também é CEO da Edtech Asas Educação.
Todavia, o processo de mudar de escola é complexo e envolve questões emocionais, afetivas e pessoais das crianças e adolescentes. Georgya Corrêa, pontua que as amizades promovem um grande apego ao ambiente escolar. Além disso, os adolescentes se sentem inseguros de mudar de escola, temendo como será o processo de socialização e uma possível rejeição dos colegas de classe.
Somos uma escola que atende alunos desde o berçário até o último ano do ensino médio, abrangendo então, todos os segmentos educacionais. Iniciamos em 2020 nosso projeto Teia We, onde atenderemos jovens que passarão por um processo de autodescoberta em busca de sua adequação ao mundo adulto. Também oferecemos processos de formação para professores e estamos desenvolvendo uma linha de cursos para mães e pais.
Como aplicamos nossas práticas pedagógicas?
Desenvolvemos uma técnica na qual, em nossos planejamentos semestrais, criamos diferentes projetos artísticos e vinculamos os conteúdos da BNCC ao seu desenvolvimento (seja em sua produção ou investigação da temática proposta). Todos os nossos educadores passam por um processo próprio de formação, onde aprendem a sistematizar esses projetos e aplicá-los dentro de nossa abordagem, tendo acompanhamento semanal da coordenação e direção em nossas reuniões pedagógicas.
por MF Press Global