Em evento para mulheres, Bolsonaro assina distribuição gratuita de absorventes
O presidente Jair Bolsonaro (PL) assinou uma série de medidas em favor da pauta feminina em evento pelo Dia Internacional da Mulher. Entre elas, portaria que institui programa de proteção e promoção da saúde menstrual, com distribuição gratuita de itens de higiene, como absorventes menstruais.
A ação acontece após o veto de Bolsonaro, em outubro de 2021, à oferta do item sem custo pelo governo federal. Na época, ele justificou que o ato contrariava o interesse público e não indicava a fonte de recursos para financiar a política de saúde.
O Palácio do Planalto e o Ministério da Saúde, que atuam em conjunto na ação, ainda não divulgaram detalhes de como será o programa, anunciado em evento intitulado “Brasil pra elas, por elas, com elas”.
Outras ações receberam o aval presidencial na cerimônia, que contou com a presença da primeira-dama Michelle Bolsonaro – que chamou o mandatário de “o presidente mais cor de rosa do mundo” – e das três ministras mulheres que compõem o governo federal – Flávia Arruda, da Secretaria de Governo; Tereza Cristina, da Agricultura; e Damares Alves, da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos.
Uma das assinaturas foi a sanção do projeto que determina o registro imediato, em banco de dados mantido pelo Conselho Nacional de Justiça (CNJ), de medidas protetivas decretadas por juízes a favor de mulheres vítimas de violência. A proposta teve a análise concluída pelo Congresso Nacional em fevereiro deste ano.
Um decreto assinado por Bolsonaro cria o programa Mães do Brasil, que articula o desenvolvimento de políticas públicas voltadas à promoção da dignidade da mulher enquanto mãe, para dar garantia à integral à gestante e à maternidade.
Outra medida institui a Estratégia Nacional de Empreendedorismo Feminino – Brasil pra ELAS e o Comitê de Empreendedorismo Feminino. A proposta cria um plano de desenvolvimento e estímulo ao empreendedorismo feminino no país, a partir de ações como a ampliação da oferta de crédito.
Ao iniciar o discurso, o presidente da República, que tem evitado se posicionar sobre a guerra liderada pela Rússia na Ucrânia, se dirigiu aos militares e afirmou que “se dependêssemos das mulheres, não teríamos guerras no mundo”.
Ele também apontou gráfico mostrado por Damares Alves que indicava a presença de mulheres em 26% dos cargos de comando nos três escalões do governo. Apesar do material indicar o mesmo índice de 2013, quando o governo era do PT, o dado foi comemorado por eles.
“Não podemos mais viver sem elas. A Damares mesmo disse aqui, no nosso governo, a participação da mulher é bem maior do que em outros governos. Assim como somos o governo que mais prendeu agressor ‘machão’”, disse Bolsonaro, acrescentando que boa parte do lucro do trabalho público vem das mulheres.
O mandatário aproveitou o evento para criticar governos anteriores e para defender valores “em defesa da família”. “Quando se fala em mulher também, não se pode deixar de pensar e falar em família. Estamos no caminho certo, o respeito acima de tudo, a preservação dos valores familiares. Vocês [mulheres] são mais do que essenciais, são indispensáveis para o futuro de uma grande nação”, reforçou.
Fonte: O Tempo