Covid não acabou: confira o que se sabe sobre novas variantes e surtos no mundo
Minas Gerais vive um momento de relativo alívio da pandemia, mas o coronavírus ainda circula com intensidade pelo mundo e o fim da crise sanitária não foi decretado oficialmente pela Organização Mundial da Saúde (OMS).
Nesta semana, o governo da Argentina afirmou que o país entrou na quarta onda da pandemia, ao mesmo tempo em que uma nova sublinhagem da ômicron foi detectada em São Paulo e outras fazem os casos aumentarem na África do Sul. O ritmo de óbitos, por outro lado, não aumentou, e cientistas observam o comportamento das sublinhagens para prever a frequência com que se pode esperar novas ondas.
Confira o que se sabe sobre novas variantes e surtos ao redor do mundo:
Nova onda da pandemia na Argentina
Na vizinha Argentina, o governo declarou que o número de novos casos da doença quadruplicou em um mês. O país atribui a escalada de casos à diminuição da imunidade da população, após um pico de infecções pela ômicron no início do ano e um índice de dose de aplicação da dose de reforço estagnado em menos de 50% há meses. Não há, porém, aumento significativo de hospitalizações, e o governo garante que não cogita ordenar novos confinamentos.
Surtos de Covid na África do Sul
Na África do Sul, duas sublinhagens da variante ômicron — BA.4 e BA.5 — também têm elevado o número de casos desde abril e o governo fala em uma nova onda, mas também sem alta significativa de hospitalizações. As duas variantes chamam atenção porque parecem ser mais capazes de escapar parcialmente da imunidade conferida pelas vacinas e por infecções prévias pela ômicron.
Média de casos aumenta no Brasil e incidência sobe em BH
No Brasil, a média móvel diária de casos voltou a passar de 18 mil nessa terça-feira (17), número que não atingia desde meados de abril, e o país registrou 221 mortes pela doença.
Em Belo Horizonte, a taxa de incidência da Covid-19 a cada 100 mil habitantes está subindo, e passou de cerca de 28 casos a cada 100 mil habitantes no início de maio para 45 — ela é considerada baixa quando não passa de 30 ou 20 casos. Mesmo com o aumento, o número ainda está longe dos recordes que a capital enfrentou no início do ano, com mais de 600 casos por 100 mil habitantes.
China mantém lockdowns
A China mantém sua política de tolerância zero com a Covid-19, na tentativa de zerar o número de novos casos, por isso continua a manter territórios inteiros em lockdown. Xangai, por exemplo, está fechada há seis semanas, e o governo prevê que possa interromper o lockdown em junho. O fechamento abala a economia chinesa e repercute, inclusive, na economia de Minas Gerais, onde indústrias dependem de importações do país asiático.
Coreia do Norte vive explosão de casos uma semana após confirmar os primeiros
O governo da Coreia do Norte tentou barrar os casos de Covid-19 durante a maior parte da pandemia, mas a chegada da variante ômicron ao território frustrou as estratégias do ditador Kim Jong-un e o país vive, hoje, um surto da doença. A primeira morte só foi confirmada pelo país há uma semana, mas, desde então, segundo a mídia estatal, 50 pessoas morreram, 1,2 milhão sofreram de “febre” e ao menos 564 mil estão sob tratamento médico. O país ainda não tem campanha de vacinação contra a doença.
Estados Unidos ampliam vacinação
A Agência de Alimentos e Medicamentos (FDA) dos Estados Unidos autorizou a aplicação da dose de reforço da vacina contra a Covid-19 para crianças de 5 a 11 anos no país. A vacina será aplicada depois de cinco meses desde a segunda dose. A decisão foi tomada em meio ao aumento de casos no país no último mês, quando os EUA alcançaram a marca de um milhão de mortes pela doença desde o início da pandemia.
Variante ômicron continua a gerar novas versões
Não há notícia de uma nova variante inédita ao redor do mundo, mas sublinhagens da ômicron continuam a emergir. Em São Paulo, o Instituto Butantan confirmou o primeiro caso de infecção pela variante XG, recombinação da ômicron, que não é, ainda, considerada preocupante pela OMS, já que não há evidências de que ela seja mais transmissível, por exemplo.
Na África do Sul, as variantes BA.4 e a BA.5, também descendentes da ômicron, parecem estar por trás na nova onda. “Nós sempre soubemos que, quando uma nova onda chegasse, seria por causa de uma nova variante, mas ainda não tivemos alerta de uma variante definitivamente nova, e sim mudanças na ômicron”, declarou o ministro da Saúde do país, Joe Phaahla.
Fonte: O Tempo