Especialista sugere usar restituição do Imposto de Renda para pagar dívidas
A Receita Federal liberou nesta terça-feira (24) o quarto lote de restituição do Imposto de Renda 2022. Estão sendo contemplados 4,46 milhões de contribuintes, que devem receber um crédito de R$ 6 bilhões. Diante de juros altos e inadimplência crescente no país, especialistas aconselham a usar o dinheiro da restituição para quitar ou diminuir endividamentos. Segundo a CDL/BH, existem hoje 62,37 milhões de consumidores pessoa física inadimplentes no país.
“A restituição do Imposto de Renda acaba sendo uma fonte extra de receita para o orçamento doméstico. Por isso, é recomendável, para quem tem essa possibilidade, aplicar esse recurso de forma inteligente, pensando na saúde financeira no curto e médio prazo”, aconselha Jéssica Oliveira, líder regional da XP Inc. em Minas Gerais.
Segundo ela, o pagamento de dívidas pode ser uma boa alternativa, já que a taxa de juros do mercado está elevada e isso pode acabar afetando ainda mais o poder de compra do consumidor, por outro lado, alguma pessoas estão com dívidas antigas que podem ter taxas menores e com disciplina podem deixar o recurso aplicado em patamares de juros atuais e ir pagando a dívida com a ajuda dos rendimentos. “Neste caso, a melhor alternativa é garantir que o investimento seja seguro, e com liquidez caso o cenário se altere e pagar a dívida possa ficar mais vantajoso. É preciso fazer conta, e avaliar qual a taxa de juros do crédito frente a rentabilidade do investimento”, disse. De acordo com o Banco Central (BC), a taxa de juros cobrada em faturas atrasadas estava em 364% em abril. Para os brasileiros que optaram pelo pagamento parcelado, a taxa média cobrada foi de 175,1%.
Segundo informou a Receita Federal, o crédito bancário para 4.462.564 contribuintes será realizado no dia 31 de agosto, no valor total de RS 6 bilhões. Desse total, R$ 265.909.045,61 referem-se ao quantitativo de contribuintes que têm prioridade legal, sendo 7.855 contribuintes idosos acima de 80 anos, 60.575 contribuintes entre 60 e 79 anos, 5.514 contribuintes com alguma deficiência física ou mental ou moléstia grave e 25.854 contribuintes cuja maior fonte de renda seja o magistério. Foram contemplados ainda 4.362.766 contribuintes não prioritários que entregaram a declaração até o dia 30/05/2022.
Para saber se a restituição está disponível, o contribuinte deve acessar a página da Receita na internet (www.gov.br/receitafederal), clicar em “Meu Imposto de Renda” e, em seguida, em “Consultar a Restituição”. A página apresenta orientações e os canais de prestação do serviço, permitindo uma consulta simplificada ou uma consulta completa da situação da declaração, por meio do extrato de processamento, acessado no e-CAC. Se identificar alguma pendência na declaração, o contribuinte pode retificar a declaração, corrigindo as informações que porventura estejam equivocadas. A Receita disponibiliza, ainda, aplicativo para tablets e smartphones que possibilita consultar diretamente nas bases da Receita Federal informações sobre liberação das restituições do IRPF e a situação cadastral de uma inscrição no CPF.
Endividados
O indicador de inadimplência da capital mineira registrou crescimento de 0,78% no mês de junho, em comparação a maio. A faixa etária responsável por esse impulsionamento são os adultos entre 18 e 29 anos (55,1%), como revela pesquisa da Câmara de Dirigentes Lojistas de Belo Horizonte (CDL/BH). A comparação anual (Junho.22/Junho.21) aponta que o indicador de inadimplência avançou 6,58%, segundo a entidade. Os juros altos elevam ainda mais o endividamento.
Fonte: O Tempo