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Fumaça de queimadas da Amazônia chega a Estados do Sudeste e Sul

Redação8 de setembro de 20224min0
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Com queimadas batendo recordes na Amazônia, fumaça já cobre várias partes do Brasil; Inpe reporta que "são milhões de km² afetados", mas governo não toma providências

A fumaça das queimadas na Amazônia já se espalha por uma considerável fatia do continente e do Brasil, inclusive sobre São Paulo e outros Estados mais ao sul do país. A nuvem de fumaça pode ser vista pelas imagens de satélite disponibilizadas pelo Inpe (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais) – são milhões de km² afetados. Até agora, segundo autoridades ambientais, não há nenhum plano do governo para minimizar o problema.

A extensão da nuvem cinzenta também pode ser vista pelo serviço europeu de monitoramento atmosférico Copernicus. Além das queimadas –associadas a elevados níveis de desmatamento– na Amazônia, áreas de queima na Bolívia também contribuem com a situação. As nuvens de fumaça trazem a lembrança de 19 de agosto de 2019, quando o dia paulistano escureceu no meio da tarde, graças às intensas queimadas na Amazônia e também grandes incêndios no Paraguai.

Em seis dias de setembro, a Amazônia já soma mais de 16 mil queimadas –praticamente o mesmo valor registrado em todo o mês de setembro de 2021. Três desses dias registraram, consecutivamente, mais de 3.000 focos de calor. Uma sequência de valores tão altos, dia após dia, em setembro, não acontecia pelo menos desde 2007.

As imagens atuais de satélite também lembram o que se viu em 2019. Mas essas não foram as únicas vezes em que algo do tipo ocorreu e isso é um fenômeno relativamente comum. Em um artigo publicado em 2019, após o céu paulistano escurecer, Alberto Setzer, pesquisador do Inpe, apontava que, em anos secos, é comum que as queimadas lancem suas nuvens de fumaça por milhões de km² no continente sul-americano. Tais nuvens só se desfazem pelas chuvas.

Mas então por que o céu escureceu daquela forma naquela ocasião? Em seu artigo, Setzer afirma que, em 2019, a concentração de fumaça, mesmo com a “ajuda” do fogo do Paraguai, não era suficiente para escurecer toda a cidade de São Paulo. Tal escurecimento pode, então, ter sido provocado por nuvens baixas e médias muito concentradas e espessas.

Além disso, Setzer cita a chuva com fuligem registrada em São Paulo naquela ocasião. “O fenômeno da chuva escura devido à contaminação da atmosfera pela fumaça das queimadas também já foi registrado em situações anteriores no país, como em agosto de 2010”, escreve o pesquisador.

Fonte: Folhapress

Redação


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