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Frio e subvariante ascendem novo alerta para a COVID-19

Redação4 de novembro de 20228min0
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Baixas temperaturas, aglomerações e abandono das máscaras propiciam a propagação de subvariante do coronavírus, adverte infectologista

A onda de frio que chegou a Belo Horizonte e outras cidades mineiras acende um alerta sobre o aumento da transmissão de doenças respiratórias, em especial a COVID-19. Com janelas fechadas, moradores sem máscara e aglomerações, o vírus, que até terça-feira (1º/11) já matou 8.244 pessoas na capital, encontra um ambiente propício para contaminação. Segundo o Boletim Epidemiológico divulgado pela Prefeitura de Belo Horizonte, na última frente fria, que atingiu a cidade em maio, o número de novos casos confirmados passou de 216 por dia, para 388. Mesmo assim, o clima é o último dos nossos problemas. O surgimento de uma nova subvariante do coronavírus pode levar a novos picos da doença.

De acordo com o infectologista Carlos Starling, que integrou o Comitê de Enfrentamento à COVID-19 em BH, já nas próximas semanas o número de casos e internações em decorrência da infecção deve aumentar, muito por conta da “nova versão” do vírus que tem “desafiado” as vacinas já aplicadas em todo o mundo. Além disso, aglomerações como Copa do Mundo, manifestações e festas de fim de ano, aliadas ao relaxamento de todas as medidas de proteção, vão ajudar na disseminação do coronavírus.

“A perspectiva para as próximas semanas e meses não é muito boa. E o que é mais importante, as medidas de prevenção à contaminação foram relaxadas ao mesmo tempo. Muitas pessoas esqueceram que nós ainda estamos no meio de uma pandemia”, afirma Starling.

Em São Paulo, por exemplo, do dia 17 de outubro até segunda-feira (31/10), as novas internações em Unidades de Terapia Intensiva por COVID aumentaram 68,5%. Ainda não há a certeza de que o crescimento dos dados tem relação com a circulação da nova subvariante, mas os números são preocupantes.

Procurada, a Secretaria de Estado de Saúde de Minas Gerais (SES-MG) informou que registrou picos pontuais da doença “em diferentes macrorregiões do estado”, com destaque para as regiões Norte, Oeste e Sudeste. Porém, apesar do aumento, a variação geral dos números totais ainda é baixa. “Com relação às internações, os dados não indicam um aumento relativo à recente subida de casos, assim como ocorre com o indicador de positividade”, disse a pasta.

Já a Prefeitura de Belo Horizonte, informou que conta com um Plano de Contingências para Enfrentamento da Influenza e outras doenças respiratórias e que, até o momento, nenhum dos indicadores tem apontado aumento na transmissão do vírus.

OMS Em 19 de outubro, a Organização Mundial da Saúde (OMS) declarou que a COVID-19 continua sendo uma emergência global, o que pode ajudar o desenvolvimento de pesquisas sobre o tema. Mesmo que, naquele momento, o número de casos estivesse caindo, a decisão do órgão foi tomada levando em consideração que a doença continua sendo um evento de saúde pública que ainda afeta a população mundial.

Dois dias depois, o Centro Europeu de Prevenção e Controle de Doenças (ECDC) chamou atenção para a possibilidade do surgimento de uma nova linhagem da variante Ômicron. A BQ.1 e sua subvariante BQ.1.1 poderão dominar os casos de contaminações no continente até dezembro deste ano.

Segundo o órgão, além de ser uma mutação de uma variante do SARS-COV-2, vírus transmissor da doença, estudos preliminares dão conta de que a BQ. tem capacidade de fugir da resposta imune do corpo, mesmo com as vacinas. “Melhorar a aceitação da vacina da COVID-19 no curso primário e na primeira dose de reforço em populações que ainda não as receberam continua sendo uma prioridade. Espera-se que sejam necessárias doses de reforço adicionais para os grupos com maior risco de doença grave, como adultos com mais de 60 anos, indivíduos imunocomprometidos, aqueles com condições médicas subjacentes e mulheres grávidas”, afirmou o ECDC.

Imunização

Até terça-feira, 96% da população de Belo Horizonte (2.353.679 pessoas) já havia tomado a primeira dose da vacina contra a COVID-19. Desse total, 2.166.807 completaram o esquema vacinal com a segunda dose, e 1.824.668 a dose de reforço. Já 477.077 foram aos postos de saúde para tomar a quarta dose do imunizante.

Apesar dos números, o infectologista Carlos Starling explica que a chegada da nova subvariante da Ômicron pode colocar a população em risco. Isso porque, conforme o especialista, as vacinas distribuídas pelo Ministério da Saúde não estão atualizadas para a mutação, mesmo o imunizante já estando disponível para compra em todo o mundo. “Mais uma vez, o Ministério da Saúde deste governo está sendo negligente. Nós estamos com a compra das vacinas já ajustadas para a Ômicron atrasada”, diz.

Starling afirma que com a chegada da BQ.1, idosos, pessoas com comorbidade e aqueles que ainda não tomaram o primeiro reforço estarão mais vulneráveis. “Hoje, morrer de COVID já não é aceitável, porque nós já temos formas de abordagem contra a doença. Seja na prevenção, tratamento inicial, ou tratamento das formas mais graves”, concluiu.

Movimento fraco na vacinação contra meningite

A vacinação contra a meningite C para o público de 16 a 30 anos começou ontem e o movimento nos postos de saúde de Belo Horizonte foi baixo. A reportagem do Estado de Minas percorreu postos de saúde na capital – entre eles o Marco Antônio Menezes, no Bairro Sagrada Família (foto) – e encontrou baixo movimento e moradores ainda desinformados sobre a abertura da vacinação. O imunizante está disponível em 152 postos de saúde de BH. A vacinação, tradicionalmente oferecida na rede pública para crianças menores de 5 anos, foi ampliada para pelo governo do estado na quarta-feira da semana passada, com o objetivo de aumentar a proteção contra a doença. O calendário de imunização em BH vai até fevereiro de 2023, e outros grupos serão convocados, de forma gradativa, e sem limite de idade. Para se vacinar, é necessária a apresentação de um documento de identificação com foto.

Fonte: Estado de Minas

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