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Dia Mundial de Luta contra a Aids: desigualdade e estigma travam luta pela causa

Redação1 de dezembro de 20227min0
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Slogan da campanha deste ano do Programa das Nações Unidas sobre HIV/Aids (Unaids) é ‘Equalize’, um estímulo para que todos trabalhem para lidar com as diferenças e ajudar a acabar com a doença

O Dia Mundial de Luta Contra a Aids, 1º de dezembro, foi instituído em 1988 pela Organização Mundial de Saúde (OMS) como uma data simbólica de conscientização para todos os povos sobre a pandemia de Aids. A Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS) explica que “esta data constitui uma oportunidade para apoiar as pessoas envolvidas na luta contra o HIV e melhorar a compreensão do vírus como um problema de saúde pública global”. O slogan da campanha deste ano é “Equalize”, “um estímulo para que todos nós trabalhemos pelas ações práticas comprovadas necessárias para lidar com as desigualdades e ajudar a acabar com a Aids”, destaca a OPAS.

A data marca também o início do Dezembro Vermelho, uma campanha nacional, instituída pela Lei nº 13.504/2017, que promove a prevenção, assistência, proteção e promoção dos direitos humanos das pessoas que vivem com HIV/AIDS e outras infecções sexualmente transmissíveis. Segundo o Ministério da Saúde, a Aids é uma doença causada pela infecção do Vírus da Imunodeficiência Humana (HIV é a sigla em inglês). Esse vírus ataca o sistema imunológico, que é o responsável por defender o organismo de doenças, tendo os linfócitos T CD4+ como as células mais atingidas. O vírus é capaz de alterar o DNA dessa célula, fazer cópias de si mesmo e, depois de se multiplicar, rompe os linfócitos em busca de outros para continuar a infecção.

De acordo com a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), é importante destacar que ter HIV não é o mesmo que ter Aids, pois há muitos soropositivos que vivem anos sem apresentar sintomas e sem desenvolver a doença. O vírus pode ser transmitido “a outras pessoas pelas relações sexuais desprotegidas, pelo compartilhamento de seringas contaminadas ou de mãe para filho durante a gravidez e a amamentação, quando não tomam as devidas medidas de prevenção.” Por isso, é essencial se proteger em todas as situações e fazer regularmente o exame.

Os relatórios do Programa das Nações Unidas sobre HIV/Aids (Unaids) apontam que, em 2021, havia cerca de 38,4 milhões de pessoas no mundo com HIV, e que 650 mil pacientes morreram por doenças relacionadas à AIDS no mesmo ano. A prevenção combinada, “que consiste no uso simultâneo de diferentes abordagens de prevenção, aplicadas em diversos níveis para responder às necessidades específicas de determinados segmentos populacionais e de determinadas formas de transmissão do HIV” é melhor técnica de evitar o HIV/Aids, de acordo com o Ministério da Saúde.

Entraves

O aumento das desigualdades e o agravamento das restrições financeiras têm piorado o enfrentamento da epidemia de Aids no Brasil e no mundo, levando ao crescimento de novas infecções e tornando mais distante a meta de a doença deixar de representar uma ameaça de saúde pública até 2030. O alerta vem de um novo relatório do Unaids (Programa das Nações Unidas sobre HIV/Aids), lançado nessa terça (29). No Brasil, as desigualdades impactam a resposta ao HIV de diferentes formas, com a população negra sendo a mais afetada. Dados do Ministério da Saúde entre 2010 e 2010 mostram uma queda de 9,8% na proporção de casos de Aids entre as pessoas brancas. Já entre os negros, houve um aumento 12,9%.

No mesmo período, disparidade semelhante foi observada em relação aos óbitos por doenças decorrentes da Aids: redução de 10,6% na proporção de mortes entre as pessoas brancas e alta de 10,4% entre as pessoas negras. “É uma situação inaceitável, que demonstra o impacto direto das desigualdades e do racismo estrutural na vida de milhares de pessoas que têm todo o direito de se beneficiar dos avanços na resposta ao HIV e à Aids”, afirma Claudia Velasquez, diretora e representante do Unaids no Brasil.

Também representam barreiras para o acesso aos serviços de HIV o estigma, a discriminação e a criminalização de populações-chave, travestis e pessoas trans, gays e homens que fazem sexo com outros homens, profissionais do sexo, pessoas em privação de liberdade e usuários de drogas injetáveis. “O Brasil é um exemplo na resposta ao HIV, mas as desigualdades seguem impactando negativamente e gerando barreiras que impedem o acesso aos serviços de pessoas em vulnerabilidade”, explica Velasquez.

Outro efeito das desigualdades sobre a resposta ao HIV e à Aids apontado pelo relatório é o da masculinidade tóxica, ao desencorajar os homens de procurar os cuidados de saúde.
Enquanto 80% das mulheres vivendo com HIV tiveram acesso ao tratamento em 2021, a proporção de homens é de 70%. Também há disparidades no acesso ao tratamento entre adultos e crianças. Enquanto mais de três quartos dos adultos vivendo com HIV estão em terapia antirretroviral, apenas pouco mais da metade das crianças na mesma situação toma os medicamentos, diz o relatório.

(Com CLÁUDIA COLLUCCI/Folhapress) 

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