Colheita do café: formalização temporária e Bolsa Família
O projeto atende um pleito antigo do Conselho Nacional do Café (CNC) que reivindica parâmetros para sanar a dificuldade do produtor de contratação de mão de obra no momento de colher o seu café.
O projeto prevê a interrupção do pagamento do novo programa de transferência de renda para beneficiários que foram contratados para a colheita deste ano. Entretanto, deve manter ativo os cadastros desses trabalhadores no programa social.
A proposta foi elaborada pelo Ministério do Trabalho para suprir a falta de mão de obra para a colheita da safra do café, que acontece entre abril e maio. Entretanto, os beneficiários do Bolsa Família vêm se recusando a aceitar a proposta de trabalho temporário, com medo de terem o cadastro no programa social cancelado, o que vem causando reclamações no setor cafeeiro.
A nova modalidade do programa social foi discutida pelo ministro Luiz Marinho em parceria com o ministro Wellington Dias (PT), chefe do Ministério do Desenvolvimento Social (MDS). Assim, os ministros elaboraram um novo dispositivo na Medida Provisória (MP) que transformou o Auxílio Brasil em Bolsa Família. Esse dispositivo permite a implementação da proposta.
A proposta será implementada primeiramente no setor cafeeiro. Caso a modalidade de vínculo empregatício funcione na prática, o governo expandirá a medida para todas as culturas agrícolas do país que precisam de mão de obra temporária. Segundo o Governo Federal, essa é uma medida que também pode ajudar a combater o trabalho escravo nas lavouras.
Quem tem direito ao Bolsa Família?
O Bolsa Família é um programa de assistência social direcionado para famílias que estejam em situação de vulnerabilidade. Dessa forma, para ter direito ao benefício, a família precisa ter uma renda per capita (por pessoa) de, no máximo, R$ 218 por mês. Esse valor teve um aumento de R$ 8 em comparação com o antigo benefício.
Para calcular a renda é muito simples: basta somar todo o dinheiro recebido pela família durante o mês e dividir pela quantidade de pessoas presentes no núcleo familiar. Sendo assim, famílias compostas por 5 pessoas que recebem R$ 800 possuem uma renda per capita de R$ 160 por mês. Logo, estão dentro da faixa do programa social.
Novo Bolsa Família
O novo programa de transferência de renda, aprovado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) no começo do mês, garante um benefício mínimo de R$ 600 para todas as famílias inscritas no Bolsa Família, independentemente do número de pessoas que compõem o núcleo familiar.
Além disso, o Governo Federal garantiu o repasse do Benefício Primeira Infância, um adicional acumulativo destinado às famílias com crianças de 0 a 6 anos de idade. Como é um benefício adicional ilimitado, ou seja, não tem um número máximo de crianças que podem ser inscritas, o valor pode aumentar consideravelmente.
Mas é importante lembrar que alguns beneficiários seguem sendo descontados direto da folha de pagamento do Bolsa Família. Esse desconto é para quitar o Empréstimo Consignado do Auxílio Brasil, que foi feito por uma parcela dos beneficiários do antigo programa. Desse modo, o repasse acontece da seguinte forma:
Para famílias que estão sendo descontadas em R$ 160 do empréstimo
Sem crianças de 0 a 6 anos: R$ 440 por mês;
Com 1 criança de 0 a 6 anos: R$ 590 por mês;
Com 2 crianças de 0 a 6 anos: R$ 740 por mês;
Com 3 crianças de 0 a 6 anos: R$ 890 por mês;
Com 4 crianças de 0 a 6 anos: R$ 1.040 por mês.
Para famílias que não estão sendo descontadas do empréstimo
Sem crianças de 0 a 6 anos: R$ 600 por mês;
Com 1 criança de 0 a 6 anos: R$ 750 por mês;
Com 2 crianças de 0 a 6 anos: R$ 900 por mês;
Com 3 crianças de 0 a 6 anos: R$ 1.050 por mês;
Com 4 crianças de 0 a 6 anos: R$ 1.200 por mês.
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