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Minas Gerais tem 95 mil crianças que não tomaram a vacina da tríplice bacteriana

Redação20 de abril de 20236min0
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Minas Gerais tem 95 mil crianças que não tomaram a vacina da tríplice bacteriana
Em Minas Gerais 95 mil crianças não receberam a vacina da tríplice bacteriana (DTP) ao longo de três anos, entre 2019 e 2021. A imunização protege contra difteria, tétano e coqueluche (veja abaixo o que são as doenças). Os dados compõem o  relatório “Situação Mundial da Infância 2023: Para cada criança, vacinação”, lançado pelo Unicef nesta quinta-feira (20).

“Essas crianças foram deixadas para trás, ficando desprotegidas de doenças sérias e evitáveis. As crianças nascidas pouco antes ou durante a pandemia agora estão ultrapassando a idade em que normalmente seriam vacinadas, ressaltando a necessidade de uma ação urgente para alcançar aquelas que perderam as vacinas e prevenir surtos e a volta de doenças já erradicadas no Brasil, como a pólio”, explica Youssouf Abdel-Jelil, representante do UNICEF no Brasil, por meio de nota encaminhada a imprensa.

No Brasil foram 1,6 milhão de crianças sem nenhuma dose da vacina e no mundo, um total de 48 milhões de não imunizados.  Para que ocorra a imunização, as crianças devem tomar todas as doses recomendadas de cada imunizante e as doses de reforço, quando indicadas. O relatório global traz dados por país e usa como base a tríplice bacteriana (DTP), que conta com três doses. No Brasil, a DTP é oferecida como “pentavalente”, protegendo também contra hepatite B e contra a haemophilus influenza tipo b.

“Temos o grande desafio de retomar as altas coberturas vacinais em todo o Brasil após o retrocesso que vivemos nos últimos anos. Atualmente, o Brasil conta com uma cobertura vacinal das mais baixas da sua história desde a criação do Programa Nacional de Imunizações. Já tivemos 95% de cobertura em relação a vacinas como a da poliomielite, e agora não chegamos a 60% de crianças vacinadas. Esse quadro tem que mudar. Para isso, de uma maneira muito clara, temos de combater o negacionismo em relação a essa proteção dada pelas vacinas e às fake news que infelizmente têm sido veiculadas de uma forma irresponsável e criminosa”, afirma a ministra da Saúde do Brasil, Nísia Trindade, também por meio da assessoria de imprensa.

Para tentar solucionar o problema, a Unicef sugere que os governos estaduais tomem as seguintes medidas:

  • Identifiquem e alcancem urgentemente todas as crianças, especialmente aquelas que perderam a vacinação durante a pandemia de covid-19;
  • Fortaleçam a demanda por vacinas, inclusive construindo confiança;
  • Priorizem o financiamento de serviços de imunização e atenção primária à saúde;
  • Reforcem os sistemas de saúde, incluindo investimento e valorização de profissionais de saúde, em sua maioria mulheres.

Conheça cada uma das doenças:

Difteria: É uma doença transmissível e causada por bactéria (Corynebacterium diphtheriae) que atinge as amígdalas, faringe, laringe, nariz e, ocasionalmente, outras partes do corpo, como pele e mucosas. Dependendo do tamanho e de onde as placas aparecerem, a pessoa pode sentir dificuldade de respirar. A principal forma de prevenção é por meio da vacina pentavalente. A presença de placas na cor branco-acizentada nas amígdalas e partes próximas é o principal sintoma da difteria. Em casos mais graves, porém raros, podem aparecer inchaços no pescoço e gânglios linfáticos.

Tétano: É uma doença infecciosa grave, não contagiosa, causada por uma toxina produzida pela bactéria Clostridium tetani. Essa bactéria é encontrada nas fezes de animais e de seres humanos, na terra, nas plantas, em objetos e pode contaminar as pessoas que tenham lesões na pele (feridas, arranhaduras, cortes, mordidas de animais etc.), pelas quais o microrganismo possa penetrar, provocando o tétano acidental.

Coqueluche: A coqueluche é uma infecção respiratória, transmissível e causada por bactéria (Bordetella Pertussis). Está presente em todo o mundo. Sua principal característica são crises de tosse seca. Pode atingir, também, tranqueia e brônquios. Crianças menores de seis meses podem apresentar complicações da coqueluche que, se não tratada corretamente, pode levar à morte.

Fonte: Ministério da Saúde 

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