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Batata frita: comer com frequência pode gerar ansiedade e depressão

Redação26 de abril de 20238min0
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Pesquisa americana com mais 140 mil pessoas revela que consumo constante e a longo prazo de alimentos fritos aumenta risco de até 12% de gerar doenças mentais

Um estudo publicado pela revista acadêmica americana PNAS (Proceedings of the National Academy of Sciences, no nome original) revelou que o consumo frequente de frituras, especialmente de batatas fritas, está ligado a quadros de ansiedade e depressão. A pesquisa, feita com 140.728 pessoas, mostrou que o consumo constante e a longo prazo desses alimentos está associado a um risco 12% maior de ansiedade e 7% maior de depressão. Essas ligações são ainda maiores entre os consumidores homens e mais jovens.

De acordo com a pesquisa, a associação ocorre por conta da acrilamida, uma substância química que surge nos alimentos ricos em amido quando preparados em temperaturas acima de 120ºC, e que aumenta o efeito de ação tóxica no corpo.

“A análise multiômica [abordagem de análise biológica com conjuntos de dados múltiplos] mostrou que a exposição crônica à acrilamida induz distúrbios do metabolismo lipídico cerebral e neuroinflamação. A acrilamida aumenta drasticamente os marcadores de peroxidação lipídica e regula positivamente a expressão de mediadores lipídicos pró-inflamatórios, indicando estado inflamatório cerebral elevado após exposição crônica à substância”, explica a pesquisa.

O estudo foi feito expondo o peixe-zebra a acrilamida, e o resultado mostrou que a substância desregula o metabolismo dos esfingolipídios e fosfolipídios, que desempenham papéis importantes no desenvolvimento de sintomas de ansiedade e depressão.

A publicação tem o objetivo de destacar a importância de reduzir o consumo de frituras para o benefício da saúde mental. Confira o artigo original publicado pela PNAS neste link.

Via de mão dupla

Segundo a psicóloga Juliana Gebrim, a alimentação influencia diretamente nos quadros de ansiedade e estresse, podendo evoluir para uma depressão. Desta forma, dietas ricas em gordura podem agravar o desenvolvimento de diabetes e a deterioração das habilidades cognitivas, incluindo o surgimento da ansiedade, depressão e até o agravamento da doença de Alzheimer.

Gebrim esclarece que a ansiedade e/ou estresse podem gerar “comportamentos de fuga”. Nesses momentos, as pessoas tendem a focar a solução dos problemas na comida e acabam comendo alimentos ricos em açúcares e gorduras em grandes quantidades.

“É uma via de mão dupla: a pessoa que tem um quadro ansioso tende a comer pior, principalmente alimentos gordurosos. Em contrapartida, quem se alimenta mal pode desenvolver esses transtornos. Ingerir esse tipo de alimento causa uma inflamação no nosso cérebro e predispõe o aparecimento desses quadros”, explica.

A psicóloga ainda orienta que, quando esses comportamentos se tornarem frequentes, o ideal é procurar um profissional da área da saúde – psicólogos ou psiquiatras – para identificar a causa e iniciar um tratamento adequado.

A especialista sugere uma rotina mais balanceada. “Consuma alimentos à base de triptofano (banana, peixe, grão de bico, tomate e mel). Eles ajudam a combater e prevenir estados de ansiedade, depressão, estresse e até distúrbios do sono. Faça meditação e pratique atividades físicas, pois, além de melhorar as condições do cérebro, isso garante estabilidade emocional. Além de ter um sono reparador. Cada hora dormida é importante para o controle das emoções e para o aprendizado.”

Alimentos que ajudam a prevenir a ansiedade e a depressão

A médica pós-graduada em nutrologia e endocrinologia Lorena Balestra explica que o consumo excessivo de frituras tem sido associado a diversos problemas de saúde, incluindo a piora da saúde mental. Isso ocorre porque as frituras são geralmente ricas em gorduras trans e saturadas, que podem afetar o cérebro e a função cognitiva.

“Estudos sugerem que uma dieta rica em gorduras saturadas pode aumentar o risco de desenvolver depressão e ansiedade. Além disso, a inflamação crônica associada ao consumo excessivo desse tipo de gordura pode ter efeitos negativos na saúde mental, incluindo a diminuição da produção de neurotransmissores importantes, como a serotonina”, explica.

A alta ingestão de alimentos fritos também está associada ao aumento do estresse oxidativo, que pode danificar as células do cérebro e levar a problemas de memória e cognição. Dessa forma, é importante manter uma alimentação saudável, com dietas equilibradas e ricas em nutrientes, que irão fornecer o que o cérebro precisa para funcionar, reduzindo queixas como a dificuldade em manter o foco ou riscos de danos à memória.

“Alimentos ricos em ômega-3, como peixes, nozes e sementes, podem ajudar a melhorar o humor e reduzir os sintomas de depressão e ansiedade. Além disso, as vitaminas do complexo B, encontradas em alimentos como carnes, legumes e grãos integrais, são importantes para a produção de neurotransmissores como a serotonina, que estão associadas a um melhor humor e bem-estar emocional”, esclarece Balestra.

A profissional também explica que uma dieta rica em frutas, verduras e legumes pode ajudar a reduzir a inflamação no corpo, incluindo o cérebro. “A inflamação crônica tem sido associada a diversos transtornos ansiosos. O consumo excessivo de açúcar, gorduras saturadas e alimentos ultraprocessados, álcool, entre outros, pode ter um impacto negativo na saúde mental, aumentando o risco de transtornos neurológicos e prejudicando a função cognitiva, piora da concentração, perda de foco e memória ruim.”

Fonte: Estado de Minas

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